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    Regulador do mercado de capitais dos EUA investiga práticas do Alibaba

    DO "FINANCIAL TIMES"

    25/05/2016 14h33

    Kim Kyung-Hoon/Reuters
    Tela mostra dados em tempo real das operações do grupo Alibaba
    Tela mostra dados em tempo real das operações do grupo Alibaba

    O Alibaba, grupo de comércio eletrônico chinês cujas ações são cotadas nos Estados Unidos, está sendo investigado pela SEC (Securities and Exchange Commission), a agência que regulamenta o mercado de valores mobiliários americano, por potenciais violações das leis securitárias do país.

    Representantes da SEC solicitaram documentos e outras informações à empresa quanto a diversos aspectos de seus negócios, entre os quais a contabilidade da Cainiao Networks, sua unidade de logística, seu tratamento de transações de partes relacionadas, e sua prestação de contas sobre as operações do Dia dos Solteiros, um feriado chinês extraoficial que causa o maior frenesi de compras no calendário mundial do comércio.

    A companhia afirmou em seu balanço anual, apresentado à SEC em 24 de maio, que estava revelando voluntariamente a investigação e cooperando com as autoridades. Os advogados do Alibaba forneceram às autoridades os documentos solicitados.

    Dirigentes da SEC informaram à empresa que a solicitação de informações não indica que "tenha acontecido qualquer violação das leis federais de valores mobiliários", o Alibaba afirmou, acrescentando que não havia como prever quando a questão seria resolvida.

    As ações do Alibaba mostravam queda de 3,9%, para US$ 77,96, no pregão da manhã em Nova York.

    A gigante do varejo online, com receita anual de US$ 15,7 bilhões, superou diversas controvérsias anteriores a fim de se estabelecer nos mercados de ações americanos. Sua oferta pública inicial em 2014 arrecadou US$ 25 bilhões, o que a tornou a maior da história.

    Naquele ano, a Comissão de Revisão de Segurança EUA-China criticou o uso pelo Alibaba de uma estrutura corporativa controversa, chamada de "entidade de interesse variável", concebida para contornar a proibição chinesa ao investimento estrangeiro em setores como a Internet e as telecomunicações. A SEC aprovou dezenas de ofertas públicas iniciais estruturadas de maneira semelhante desde o ano 2000.

    O Alibaba fez parte durante anos de uma lista do governo dos Estados Unidos sobre empresas envolvidas no comércio de produtos piratas. Mas a empresa trabalhou para eliminar esses produtos de seu mercado on-line e saiu da lista de "mercados notórios" em 2012.

    O Alibaba reforçou suas operações políticas nos últimos anos. Na capital dos Estados Unidos, a empresa é representada por um escritório de lobby comandado por Ken Duberstein, antigo chefe da Casa Civil na presidência de Ronald Reagan.

    Também contratou um renomado profissional de comunicações republicano, Jim Wilkinson, antigo chefe de gabinete no Departamento do Tesouro, como diretor de assuntos corporativos internacionais, em San Francisco.
    Wilkinson trabalhou para o então secretário do Tesouro Hank Paulson, durante a crise financeira mundial, e antes foi assessor sênior da secretária de Estado Condoleezza Rice.

    Tradução de PAULO MIGLIACCI

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