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    Governo vai tratar como 'prioridade' a dívida dos Estados, diz Meirelles

    BRUNO VILLAS BÔAS
    DO RIO

    30/05/2016 16h31

    O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse nesta segunda-feira (30) que o governo federal vai "lidar como prioridade" a questão da dívida dos Estados, que passam por uma grave crise financeira.

    Em discurso na sede da Firjan (Federação das Indústria do Rio), Meirelles se dirigiu ao governador interino do Rio, Francisco Dornelles (PP), que estava na plateia, ao comentar o tema.

    "Para não deixar de mencionar este fato aqui para o governador Dornelles e os cariocas em geral, vamos certamente endereçar a questão da dívida dos Estados. Hoje, em Brasília, tem um grupo trabalhando nisso", disse Meirelles.

    Segundo ele, o objetivo seria não apenas dar um "alívio temporário" aos Estados, mas criar um "horizonte para os próximos anos" por meio de novas leis que ofereçam "proteção ao próprio executivo estadual".

    Estados como Rio de Janeiro e Santa Catarina passam por dificuldades nas contas públicas e alegam que o pagamento de juros da dívida com a União é um componente que contribui para o momento desfavorável.

    Uma das propostas defendida por parte dos governadores é a suspensão (moratória) de um ano do pagamento de juros da dívida com a União.

    Meirelles não anunciou medidas. Apesar disso, o governador Dornelles disse que recebeu a declaração "com muita satisfação".

    CRISE

    O ministro da Fazenda disse, no discurso, que o aumento dos gastos públicos foi uma das principais causas da crise econômica enfrentada pelo país.

    Segundo ele, o crescimento médio da despesa pública foi de quase 6% ao ano acima da inflação entre 1997 e 2015, o que provocou o aumento da dívida pública.

    Meirelles disse que esse aumento dos gastos provocou alta dos juros e questionamentos sobre a sustentabilidade da dívida pública, levando incertezas para a economia.

    "O aumento da incerteza levou à queda do investimento, à queda do nível da atividade, do crédito e do consumo. A economia entrou numa espiral negativa. O desemprego acelerou o processo", disse.

    Ele voltou a defender as medidas anunciadas pelo governo para redução de despesas e que aguardam aprovação do Congresso. Entre elas, a que cria um teto para o crescimento das despesas com base na inflação do ano anterior.

    O ministro disse que a recuperação da confiança de empresários e famílias "não é questão de psicologia ou miragem", e sim resultado de "medidas concretas", como as enviadas ao Congresso.

    Meirelles, que participou do lançamento do Mapa do Desenvolvimento do Estado do Rio de Janeiro, na sede da Firjan, no Centro do Rio, deixou o local sem falar com a imprensa.

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