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    novo governo

    Nova secretária do Tesouro, Ana Paula Vescovi promoveu ajuste duro no ES

    MARIANA CARNEIRO
    DE SÃO PAULO

    03/06/2016 02h00

    Claudio Belli - 16.nov.2015/Valor
    Data: 16/11/2015 Editoria: Brasil Reporter: Tainara Machado Local: Sao Paulo Setor: Politica Pauta: Secretaria de Fazenda do Espirito Santo vem visitar a redacao. Personagem: Ana Paula Vescovi, Secretaria de Fazenda do Espirito Santo Tags: politica, Brasil, Espirito Santo Fotos: Claudio Belli/Valor ***FOTO DE USO EXCLUSIVO FOLHAPRESS***
    A nova secretária do Tesouro Ana Paula Vescovi

    A economista capixaba Ana Paula Vescovi, 47, chega ao Tesouro Nacional levando no currículo um dos mais rigorosos ajustes fiscais entre os Estados, no ano passado.

    Secretária de Fazenda do Espírito Santo, ela fez as contas do Estado saírem do vermelho e fecharem com superavit primário em 2015, enquanto vizinhos, como o Rio de Janeiro, foram à breca.

    A receita aplicada não chega a ser nova e foi adotada também pelo governo federal: o corte drástico dos investimentos públicos.

    Da economia de cerca de R$ 1,6 bilhão feita no primeiro ano da gestão Paulo Hartung (PMDB), mais de 80% se deveram ao corte drástico dos investimentos, que recuaram a quase um terço.

    O ajuste de curto prazo contemplou ainda a revisão de contratos com fornecedores, corte de cargos comissionados no funcionalismo, e a suspensão de reajustes aos servidores públicos –tampouco está previsto aumento em 2016.

    DESAGRADO

    A estratégia não agradou a alguns grupos, e as reclamações não tardaram a chegar.

    O advogado Luís Fernando Nogueira, funcionário da Procuradoria Geral do Estado (órgão ligado ao Executivo), denunciou a gestão estadual ao TCE (Tribunal de Contas do Estado), alegando que o Espírito Santo está abrindo mão de receita, com renúncia fiscal concedida a grandes empresas, ao mesmo tempo em que se congela os salários do funcionalismo.

    "É uma política de Robin Hood ao contrário. Por que o servidor tem que pagar essa conta?", queixa-se o advogado, admitindo mais afinidade política com o rival de Hartung, o ex-governador Renato Casagrande (PSB), derrotado na eleição de 2014.

    Os incentivos, usados na guerra fiscal contra outros Estados, consomem cerca de 10% das receitas do Espírito Santo, segundo a secretaria de Fazenda do Estado, um nível classificado como "comedido" pela pasta.

    "Os incentivos são concedidos para equilibrar aqueles existentes em outros Estados, sustentar empregos locais e atrair mais oportunidades para os capixabas", afirmou a secretaria por meio de nota.

    RESULTADOS

    Contra o desagrado local, Vescovi tem a seu favor alguns resultados que deixam o Estado em posição de vantagem em relação a maioria de seus pares.

    Em 2015, apesar da queda da receita, o gasto com a folha de pagamentos permaneceu intacto, ao redor de 43% da receita (abaixo dos níveis de alerta da Lei de Responsabilidade Fiscal). O endividamento subiu, mas também ficou dentro do teto legal.

    Em conversa com a Folha antes de ser indicada ao cargo, Vescovi atribuiu parte da atual crise dos Estados à permissão dada pelo Tesouro, durante a gestão da presidente Dilma Rousseff, a uma nova onda de endividamento por parte dos governadores.

    "O Tesouro permitiu que os Estados aumentassem o endividamento além da conta. A crise dos Estados se explica em parte por isso".

    O objetivo do ajuste no Espírito Santo, acrescenta, era tornar as despesas do Estado compatíveis com as receitas, uma espécie de "ajuste preventivo".

    "Em 2014 já tínhamos a leitura de que a crise viria e que precisávamos de um ajuste", afirmou. "Tivemos que reduzir os investimentos ao tamanho do nosso sapato."

    Casada, Ana Paula Vescovi tem dois filhos.

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    Cargo a assumir: secretaria do Tesouro

    Cargo anterior: secretária da Fazenda do ES. Antes, atuou na Secretaria de Política Econômica da Fazenda

    Formação: economia, com mestrado na UnB

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    OUTROS NOMES DA FAZENDA

    Tarcísio Godoy, secretário-executivo

    Mansueto Almeida, secretário de Acompanhamento Econômico

    Carlos Hamilton, secretário de Política Econômica

    Marcelo Caetano, secretário de Previdência

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