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    Governo Temer vê espaço para queda da Selic no segundo semestre

    VALDO CRUZ
    EDUARDO CUCOLO
    DE BRASÍLIA

    09/06/2016 02h00

    O governo Temer avalia que, apesar de a inflação ter acelerado em maio (leia texto ao lado), a queda do dólar e a credibilidade da equipe econômica garantem espaço para a redução da taxa básica de juros (Selic) no segundo semestre de 2016.

    Nesta quarta (8), o Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) decidiu, por unanimidade, manter em 14,25% ao ano a Selic.

    E EU COM ISSO?

    A taxa serve como referência para o mercado financeiro, cujos juros ao consumidor, na média, superam 150% ao ano -e chegam a 450% ao ano para o cartão de crédito.

    A queda na taxa básica é importante para a recuperação da economia porque se reflete na redução dos juros cobrados em empréstimos.

    A decisão desta quarta foi a última sob o comando de Alexandre Tombini, indicado pela presidente afastada, Dilma Rousseff. No próximo encontro, nos dias 19 e 20 de julho, o presidente do BC será Ilan Goldfajn -ele será empossado nesta quinta (9). Tombini irá para o FMI.

    QUEDA EM AGOSTO

    O governo conta com a desaceleração da inflação até o fim do ano. Pela média das projeções recolhidas pelo BC no boletim Focus, os analistas preveem inflação de 7,12% neste ano e 5,50% em 2017. No ano passado, o IPCA fechou em 10,67%.

    O governo acredita também que o dólar pode recuar um pouco mais, abrindo espaço uma redução da Selic no segundo semestre -mas ainda há dúvida sobre a data.

    Inicialmente, estimava-se um corte em julho, mas a inflação ainda elevada pode postergá-lo para agosto.

    Confira a evolução da taxa Selic - Em % ao ano

    Na terça (7), ao ser sabatinado no Senado, o novo presidente do BC disse que será possível reduzir os juros "quando houver condições".

    O novo presidente do BC disse ainda que terá como objetivo levar a inflação para o centro da meta de 4,5% "em um momento não muito distante". Desde 2009 o BC não consegue colocar a inflação nesse patamar.

    Nesta quarta, o Copom repetiu o comunicado da última reunião: afirmou que o nível elevado do IPCA em 12 meses e das expectativas de inflação não permitem a a queda de juros agora.

    Colaborou BRUNO VILLAS BÔAS do Rio

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