O mercado de petróleo está agora em equilíbrio graças a interrupções não planejadas na produção e a uma demanda forte, particularmente nas economias emergentes, mas esse equilíbrio deve dar lugar a um excesso de oferta novamente no início do próximo ano, afirmou nesta terça-feira (14) a Agência Internacional de Energia.

Em relatório mensal, a agência disse que o crescimento da demanda em 2017 deverá atingir 1,3 milhão de barris por dia, mesmo nível estimado para a expansão neste ano, revista para cima ante projeção de 1,2 milhão de barris por dia divulgada em maio.

"Até a metade de 2016, o mercado de petróleo parece estar se equilibrando; mas nós não devemos esquecer que há amplos volumes de produção paralisada, principalmente em Nigéria e Líbia, que podem voltar ao mercado, e o forte início do crescimento da demanda visto neste ano pode não se manter", afirmou a agência, com sede em Paris.

A maior parte do crescimento da demanda esperado para este ano e 2017 deverá vir de países que não fazem parte da OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico), segundo a agência.

Do lado da oferta, a agência disse que a produção caiu 590 mil barris por dia na comparação anual em maio, para 95,4 milhões de barris por dia, o primeiro declínio significativo desde o início de 2013, conforme cortes de custos das petroleiras e interrupções na produção reduziram a oferta dos países não membros da Opep em 1,3 milhão de barris por dia em relação a 2015.

Após cair 900 mil barris por dia em 2016, a oferta de fora da Opep deverá subir em 200 mil barris por dia em 2017, levando a produção para 57 milhões de barris por dia, disse a IEA.

Já a produção da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) caiu 100 mil barris por dia em maio, para 32,61 milhões de barris por dia, após ataques sobre a indústria de petróleo da Nigéria compensarem uma produção maior no Oriente Médio. A oferta da Opep, no entanto, manteve-se 500 mil barris por dia acima da registrada em maio de 2015.