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    Com comida industrializada natural, marca decola com Gol e cresce 40% ao ano

    TÁSSIA KASTNER
    DE SÃO PAULO

    19/06/2016 02h00

    A Mãe Terra abriu espaço para a própria decolagem ao garantir a volta do lanchinho gratuito aos passageiros da Gol.

    Um dos snacks da empresa de alimentos industrializados naturais e orgânicos de Osasco (SP) entrou nos voos domésticos da companhia no segundo semestre do ano passado e, desde então, a marca ganhou visibilidade e aumentou seu poder de barganha nas gôndolas dos supermercados.

    "Não vou dizer que é uma operação lucrativa, porque o grande objetivo é a visibilidade", diz Alexandre Borges, presidente da Mãe Terra.

    Fundada em 1979, a empresa diz crescer hoje cerca de 40% ao ano, desempenho bem superior à média do mercado. Segundo a consultoria Euromonitor, o segmento de alimentos industrializados saudáveis cresceu 12,8% em 2015 no Brasil, já o ramo de orgânicos avançou 16,4%.

    Borges não revela o faturamento da companhia, que controla desde 2008.

    Marcus Leoni/Folhapress
    Alexandre Borges, presidente da empresa de alimentos naturais e orgânicos Mãe Terra
    Alexandre Borges, presidente da empresa de alimentos naturais e orgânicos Mãe Terra

    SALGADINHO

    A guinada para produtos que jamais seriam considerados saudáveis à primeira vista indica a estratégia da Mãe Terra para ganhar espaço no carrinho do supermercado.

    Salgadinhos, macarrão e sopa instantâneos e cereais matinais são alguns dos inúmeros itens que ganharam versões naturais e orgânicas e hoje acompanham aveia e grãos orgânicos no portfólio da Mãe Terra. "A conveniência é um atributo importante", justifica Borges.

    O outro requisito é preço. O executivo afirma que a missão da Mãe Terra é democratizar o consumo de produtos naturais e orgânicos no país, "e a democratização só existe se tiver preço mais acessível".

    A sopa instantânea da marca, a Madá, por exemplo, custava no Pão de Açúcar R$ 1,55 na sexta-feira (17). A concorrente mais famosa, Vono, era vendida a R$ 1,79.

    Para ganhar escala e reduzir custo, montou uma rede de fornecedores de orgânicos pelo país. "Eu pago mais caro [pelo insumo], isso é um fato. O que a gente busca hoje é ter, por meio de contratos com os fornecedores, preço mais acessível", explica.

    Do lado da produção, a expansão deverá ser financiada pela captação de R$ 15 milhões. A operação em estudo é emissão de debêntures (título de dívida) ainda no segundo semestre deste ano.

    Até aqui, o crescimento é financiado pela venda de 30% da empresa para o fundo BR Opportunities, em 2013.

    Antes da Mãe Terra, Borges teve a Flores Online e a Significa (de gestão de marcas). As duas foram vendidas. O empresário diz, porém, que não pretende vender o atual negócio.

    MÃE TERRA/2016
    Faturamento: Não informado
    Número de funcionários: 300
    Principais concorrentes: Jasmine, Native, Pepsico, Nestlé

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