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    Pequeno acionista da Oi deve aguardar, dizem analistas

    EULINA OLIVEIRA
    DE SÃO PAULO

    22/06/2016 02h00

    Nacho Doce - 2.out.13/Reuters
    The logo of Brazil's largest fixed-line telecoms group Oi is seen inside a shop in Sao Paulo October 2, 2013. Oi SA on April 25, 2016, formally started talks to restructure $14.3 billion of bonds, pitting some of the world's biggest investors against each other as Brazil's most-indebted phone carrier fights for its survival. REUTERS/Nacho Doce/File Photo ORG XMIT: TOR602
    Logotipo da Oi em loja em SP

    As negociações com as ações da Oi foram suspensas na Bolsa até as 11h desta terça-feira (21), após a operadora ter apresentado pedido de recuperação judicial na véspera.

    Os papéis preferenciais iniciaram o pregão em baixa de 30%, e os ordinários com queda de 15%. Ao final da sessão, caíram 18,18%, a R$ 0,81, e 8,73%, a R$ 1,15, respectivamente.

    As ações da Oi continuarão a ser negociadas normalmente, mas não fazem mais parte de nenhum índice da Bolsa. Os papéis já não compunham o Ibovespa, o principal índice da Bolsa paulista.

    Detalhamento da dívida - Em R$ bilhões

    Na Bolsa de Nova York, os ADRs (American Depositary Receipts) preferenciais (OIBR) da companhia tiveram a negociação suspensa depois de caírem 43% pela manhã, a US$ 0,17.

    Os papéis serão retirados da Bolsa americana, que alegou que o preço extremamente baixo do papel é "anormal". Os ADRs ordinários (OIBR.C) continuaram a ser negociados e terminaram a sessão com perda de 2,78%, a US$ 1,75.

    MINORITÁRIOS

    Os sucessivos prejuízos e o alto endividamento da companhia fizeram as ações da Oi perderem mais de 80% de seu valor somente nos últimos 12 meses.

    Para Mauro Cunha, presidente da Amec (Associação de Investidores no Mercado de Capitais), não há o que os acionistas minoritários fazerem diante do pedido de recuperação judicial e contra a forte desvalorização dos papéis da operadora.

    Oi pede recuperação judicial
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    "A gestão da Oi sempre foi parasitária, e serviu apenas para maximizar valor para os acionistas majoritários em detrimento dos minoritários", afirma Cunha. "Foram abusos que aconteceram ao longo de 20 anos, desde os tempos da privatização e, agora, a empresa foi à lona."

    Segundo o presidente da Amec, cada acionista deve decidir se entra ou não na Justiça contra a companhia.

    Guilherme Carvalho Monteiro de Andrade, professor de Direito Empresarial do Ibmec/MG, avalia que os acionistas minoritários devem esperar a apresentação do plano de recuperação judicial da operadora. Isso ocorrerá em até 60 dias após o deferimento do pedido na Justiça.

    Principais credores - Em R$ bilhões

    "Se, durante o processo de recuperação judicial, houver responsabilização dos sócios controladores e administradores por irregularidades, os minoritários podem recorrer à Justiça", explica.

    "Mas, por enquanto, não há fatos que justifiquem uma ação judicial. O prejuízo causado pela desvalorização das ações faz parte do risco de investir no mercado de capitais", acrescenta Andrade.

    Principais acionistas - Em %

    Conforme dados da BM&FBovespa, a Oi possui 877.099 investidores pessoas físicas, 212.487 pessoas jurídicas e 673 investidores institucionais (instituição financeira ou estatal que investe no mercado de capitais). Ao todo, são 675.662.147 de ações em circulação no mercado, sendo 519.746.688 ordinárias (76,92%) e 155.915.459 preferenciais (23,08%).

    Os principais acionistas (Pharol, Bridge, BNDESPar e Blackrock) detêm 33,75% do capital total, e os minoritários, 48,07%. Os outros 18,18% do capital são ações em tesouraria.

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