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    Ações ordinárias da Oi sobem 11% com expectativas de reestruturação

    EULINA OLIVEIRA
    DE SÃO PAULO

    22/06/2016 13h35 - Atualizado às 18h00

    Marcelo Sayão - 16.jul.2008/Efe
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    Um dia após registrarem fortes quedas em reação ao pedido de recuperação judicial da Oi, as ações ordinárias da operadora subiram 11,30% nesta quarta-feira (22), para R$ 1,28.

    Os papéis preferenciais da companhia também operaram em alta durante o pregão, mas acabaram fechando em baixa de 1,23%, a R$ 0,80.

    Na Bolsa de Nova York, os ADRs (American Depositary Receipts) ordinários da companhia ganharam 8,57%, a US$ 1,90. Os ADRs preferenciais foram retirados de negociação nesta terça-feira (21), depois de caírem 43%, a US$ 0,17. Segundo a Bolsa americana, o motivo é o preço baixo "anormal" do papel preferencial.

    De acordo com analistas, apesar da situação delicada da companhia, as ações ON subiram por causa de expectativas de que a empresa consiga se reerguer. Há investidores interessados em colocar dinheiro na operadora, e o governo deu sinais de que pode ajudar na elaboração de um plano de venda após a etapa de negociação da dívida.

    Além disso, a Justiça do Rio concedeu na noite desta terça-feira (21) um pedido de liminar que suspende por 180 dias todas as ações e execuções contra as empresas do grupo Oi. O objetivo da liminar é evitar novas ações judiciais entre o pedido de recuperação e a sua possível aceitação.

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    "A Oi é dona de ativos relevantes e tem participação importante no mercado. Investidores estrangeiros e governo estão dispostos a encontrar uma solução pra a companhia, e a expectativa é de que, futuramente, com a Oi capitalizada, haja consolidação do setor de telefonia", comenta o analista Rafael Ohmachi, da Guide Investimentos.

    Segundo Ohmachi, essa consolidação poderia ter vários formatos, como a compra da concorrente TIM pela Oi, ou vice-versa, com a divisão de ativos entre outras operadoras, como já se chegou a cogitar no mercado.

    CENÁRIOS

    Celson Plácido, analista da XP Investimentos, traçou três cenários para a companhia. No primeiro, a empresa consegue se reestruturar e sair da recuperação judicial. "A probabilidade de isso ocorrer é baixa, pois o nível de endividamento segue elevado", comenta Plácido, em relatório.

    O segundo cenário é a venda da companhia. "Difícil algum investidor assumir uma dívida de R$ 65 bilhões, mas existe uma probabilidade maior do que a reestruturação dar certo", escreve.

    A terceira possibilidade, que teria maior chance de ocorrer, segundo o analista da XP, seria dividir a companhia entre os concorrentes (Vivo, Claro e TIM). "Nesse caso, a divisão poderia ser via 'market share' [participação de mercado]. Ruim para os acionistas e bom para os credores", afirma Plácido.

    Ainda conforme o analista, o aumento de capital da Oi pelos atuais acionistas seria bem difícil de ocorrer.

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