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    Plebiscito britânico

    Saída do Reino Unido da UE derruba Bolsas em todo o mundo

    DE SÃO PAULO

    24/06/2016 08h39 - Atualizado às 17h24

    A decisão do Reino Unido de deixar a União Europeia derrubou os mercados globais nesta sexta-feira (24). Os investidores foram surpreendidos pelo resultado do plebiscito britânico, já que as apostas eram de manutenção do Reino Unido no bloco.

    O FTSE-100, principal índice do mercado acionário britânico, fechou em queda de 3,15%. Em Paris, o índice CAC-40 despencou 8,04%, enquanto o DAX, de Frankfurt, desabou 6,82%.

    O índice Ibex-35, da Bolsa de Madri, perdeu 12,35%. Em Milão, o FTSE-MIB recuou 12,48% e, em Lisboa, o PSI-20 encerrou a sessão em queda de 6,99%.

    Na Bolsa de Nova York, o índice S&P 500 encerrou a sexta-feira em queda de 3,60%; o Dow Jones, -3,39%; e o Nasdaq, -4,12%.

    No Brasil, o Ibovespa perdeu 2,82%, aos 50.105,26 pontos.

    A decisão também impactou os mercados asiáticos e fez o índice Nikkei, do Japão, cair 7,92%, na maior queda diária desde 15 de março de 2011, quando desabou 10,55%.

    'Brexit' repercute nas Bolsas - Índices de mercado, em %

    As Bolsas chinesas tiveram queda menor, em torno de 1%, graças ao forte controle de capital na China, que conteve as vendas que afundaram com mais força outros mercados asiáticos.

    O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, caiu 1,29%, enquanto o índice de Xangai teve baixa de 1,30%. Na semana, ambos perderam 1,1%.

    CÂMBIO

    No mercado cambial, a libra chegou a cair 10% em relação ao dólar nesta sexta-feira, no menor patamar desde 1985, provocando uma corrida de capital pela tradicional segurança do iene e do franco suíço.

    A moeda britânica fechou em queda de 7,10%. O euro também caiu contra o dólar (-1,65%). Já o franco suíço chegou atingir o maior nível em quase um ano contra o euro, e o iene chegou ao nível mais alto em mais de dois anos.

    Moedas caem após Brexit

    No Brasil, o dólar abriu com forte valorização ante o real após a vitória do "Brexit", chegando aos R$ 3,45, mas perdeu força. A moeda americana terminou em alta de 1,00%, a R$ 3,38.

    PETRÓLEO

    Os preços do petróleo tinham forte queda nesta sexta-feira após a opção pelo "Brexit" vencer o plebiscito, levantando temores de que uma desaceleração econômica mais ampla possa reduzir a demanda.

    O petróleo Brent, negociado em Londres, recuava 4,99%, a US$ 48,37 o barril. O WTI, dos Estados Unidos, tinha queda de 5,09%, para US$ 47,56.

    Mais cedo, os contratos chegaram a cair mais de 6%, a maior queda diária desde abril, quando produtores globais falharam em concordar com um congelamento da produção.

    BREXIT

    Com os votos dos 382 distritos do Reino Unido apurados, a opção por deixar a União Europeia venceu por 51,9% a 48,1%, abalando mercados financeiros e provocando uma onda de choque e incredulidade global. O processo de saída da UE ainda precisa passar pelo Parlamento, mas um veto pelos legisladores é considerado suicídio político.

    As consequências econômicas de uma saída devem se estender para o comércio -com prejuízo maior para Londres do que para Bruxelas, já que os britânicos dirigem metade de suas exportações à UE.

    A consulta popular registrou índice histórico de comparecimento -72,2% do eleitorado- e recorde de 46,5 milhões de eleitores registrados.

    Por volta das 4h (hora de Brasília), o premiê conservador, David Cameron, principal fiador do voto pró-UE, anunciou que irá renunciar ao cargo.

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