Os brasileiros estão diminuindo o ritmo de gastos com viagens ao exterior. No acumulado do ano, entre janeiro e maio, as viagens somam US$ 5,2 bilhões, enquanto que no ano anterior elas somavam US$ 8,3 bilhões, o que aponta uma redução de 37,3% com esse tipo de gastos.

No mês de maio de 2015, foram gastos US$ 1,4 bilhão, em maio deste ano as despesas somaram US$ 1,1 bilhão -redução de 21,4%.

O encarecimento das viagens por causa da desvalorização do real e a queda na renda dos brasileiros são os principais fatores que influenciaram o resultado do ano. Nos últimos 12 meses, o dólar passou de R$ 3,04 para o patamar de R$ 3,50.

Gastos dos brasileiros no exterior - Em US$ milhões

A queda nas despesas com viagens é um dos fatores que contribuem para reduzir o deficit do Brasil nas suas transações de bens, serviços e rendas com outros países.

Apesar do volume menor, o Banco Central acredita que as viagens ao exterior estão voltando gradativamente. A avaliação é que, no início do ano, o brasileiro evitou em um grau maior sair do país.

A evolução do dólar no período tem uma relação direta com essa avaliação. Entre janeiro e fevereiro, a moeda americana estava cotada próxima a R$ 4. Após abril, essa paridade caiu para algo próximo de R$ 3,50 e, em junho, rodeia R$ 3,40.

Na conta do Banco Central, na qual se considera, além dos gastos de brasileiros no exterior, o quanto os estrangeiros deixam no Brasil, o saldo até o final do ano deve ficar negativo em US$ 6 bilhões. Ou seja, os brasileiros vão gastar fora US$ 6 bilhões a mais do que os estrangeiros que virão ao país.

Até maio, no acumulado do ano, este saldo está negativo em US$ 2,4 bilhões –deficit 79% menor do que o observado em igual período de 2016.

O saldo é a diferença entre as despesas de US$ 5,2 bilhões de brasileiros fora do país e as receitas de US$ 2,8 bilhões de estrangeiros no Brasil.