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    Cervejarias mudam receitas para vender bem no inverno

    RENATA GAMA
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

    26/06/2016 02h00

    Com a chegada do frio, cervejarias artesanais adotaram como estratégia para manter as vendas a produção de séries limitadas de bebidas mais encorpadas e escuras, pensadas especificamente para o inverno.

    A Cervejaria Nacional, de São Paulo, e a Quinta do Malte, de Socorro (134 km da capital), são exemplos desse fenômeno. Com receitas especiais para a temporada, elas esperam manter o faturamento ou até crescer no período.

    Divulgação
    Variedades de chopes da Cervejaria Nacional, em Pinheiros, na zona oeste de São Paulo. Credito: Divulgacao ***DIREITOS RESERVADOS. NÃO PUBLICAR SEM AUTORIZAÇÃO DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM***
    Bar da Cervejaria Nacional, em SP, com os diversos tipos de chope da marca

    Segundo o presidente da Abracerva (Associação Brasileira das Cervejarias Artesanais), Jorge Glitzer, antigamente havia uma queda brusca nas vendas no inverno, mas hoje isso deixou de ser significativo. "O consumidor está aprendendo a tomar cerveja, independentemente da temperatura, do clima", diz.

    "Inverno nunca foi problema para a gente", afirma Marco Ribas, sócio da Cervejaria Nacional. A fábrica produz chope artesanal dentro de um bar, em Pinheiros.

    "A cada ano, nós criamos ou relançamos sabores de inverno, virou uma tradição. Neste ano, já lançamos um sabor e outros dois vão entrar no cardápio", completa. A primeira lançada foi a Zé Tripel, estilo tripel belga, com anis, semente de coentro e malte de cevada, trigo e aveia, vendida a R$ 26 a taça.

    O planejamento para o inverno costuma ser feito com seis meses de antecedência. "Sento com o mestre cervejeiro em janeiro, e a gente já desenha as sazonais para aquele semestre. Precisa de antecedência, porque às vezes é preciso buscar ingrediente fora", afirma Ribas.

    A estratégia é adotada há cinco anos e vem dando resultado. A previsão, de acordo com Ribas, é fechar o ano com faturamento semelhante ao de 2015, de R$ 5,5 milhões.

    Já a Quinta do Malte espera ampliar o faturamento. "A gente vem crescendo cerca de 30% ao ano. E no inverno espera manter a média", diz o diretor Cesar Zuccato. A empresa faturou R$ 4 milhões em 2015 e R$ 2,8 milhões em 2014.

    A cervejaria existe desde 2010, mas só passou a produzir uma marca própria há um ano -antes trabalhava com rótulos de outras empresas.

    Para este inverno, está lançando a Barão, uma irish red ale, que chega ao consumidor por cerca de R$ 15 a garrafa. "Os estilos ale são cervejas de receitas mais antigas, levam maltes especiais e lupulus importados. Demandam mais de tempo na fermentação e maturação."

    Essa demora na mauturação costuma refletir no preço das cervejas de inverno. Enquanto as receitas comuns levam entre 15 e 20 dias no processo, as encorpadas demoram até quatro meses, segundo Ribas, da Cervejaria Nacional. Isso faz com que os tanques usados na produção fiquem ocupados durante um longo período. O preço de uma taça de chope sazonal chega a ser o dobro do que custa o carro-chefe da casa, a Domina Weiss (R$ 13,50).

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