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    Plebiscito britânico

    Possível ação de BCs anima mercados; dólar cai a R$ 3,31 e Bolsa sobe

    EULINA OLIVEIRA
    DE SÃO PAULO

    28/06/2016 12h20 - Atualizado às 12h58

    Fernando Frazão - 24.jul.2012/Folhapress
    Real volta a se valorizar frente à moeda americana, que tem menor cotação desde julho de 2015

    A perspectiva de um ação global para mitigar os efeitos da saída do Reino Unido da União Europeia anima os mercados, após dois dias de fortes quedas. As Bolsas mundiais e o petróleo sobem, e o dólar se enfraquece.

    No Brasil, a moeda americana recua quase 3%, para a casa dos R$ 3,31, renovando as cotações mínimas do ano, e o Ibovespa sobe mais de 1,6%.

    As declarações do presidente do BCE (Banco Central Europeu), Mario Draghi, contribuem para o bom humor dos investidores.

    Draghi afirmou que os bancos centrais em todo o mundo deveriam alinhar suas políticas monetárias para ajudar a impedir "contágios desestabilizadores" entre economias que crescem a diferentes ritmos. "Podemos não precisar de coordenação formal de políticas. Mas podemos nos beneficiar de um alinhamento de políticas", disse.

    "A recuperação das commodities e dos mercados acionários é importante, mas não o suficiente para mudar o cenário [global] de juros baixos e maior probabilidade de estímulo monetário", comenta a equipe de análise da Lerosa Investimentos, em relatório. "Com isso, ativos emergentes ganham duplamente: melhora geral da percepção de risco e atratividade de suas moedas sem pressão de aumento de juros nos EUA."

    CÂMBIO

    A moeda americana à vista perdia há pouco 2,92%, a R$ 3,3122, na menor cotação desde 23 de julho do ano passado (R$ 3,2884).

    O dólar comercial perdia 2,44%, a R$ 3,3120, também na mínima desde julho.

    A queda da moeda americana foi ampliada após declarações o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, de que o câmbio é flutuante e que a autoridade monetária reduzir sua exposição cambial em determinado instrumento "quando e se for possível".

    "O mercado quer ver qual é o piso do dólar para o BC voltar a atuar no câmbio", comenta Hideaki Ilha, operador de câmbio da Fair Corretora. "Se o câmbio é flutuante, em tese não haveria piso."

    Além disso, os juros altos no país favorecem o fluxo de dólares, o que joga as cotações da moeda americana para baixo com a melhora do humor global.

    A libra e o euro também se valorizam frente à moeda americana, com valorizações de 0,57% e 0,09% há pouco, respectivamente.

    JUROS

    No mercado de juros futuros, o contrato de DI para janeiro de 2017 subia de 13,650% para 13,795%, após o Relatório Trimestral de Inflação do Banco Central, divulgado nesta manhã, ter descartado um corte da taxa básica de juros, a Selic, no curto prazo.

    O BC afirmou que "adotará as medidas necessárias para colocar a inflação na meta de 4,5% em 2017 e que não trabalha com a hipótese de corte de juros neste momento".

    O contrato de DI para janeiro de 2021 recuava de 12,230% para 12,190%, refletindo a queda do dólar e a euforia nos mercados financeiros globais.

    O CDS (credit default swap) brasileiro, espécie de seguro contra calote e indicador de percepção de risco, perdia 2,08%, aos 339,878 pontos.

    BOLSAS

    Depois de ter subido mais de 2% mais cedo nesta sessão, o Ibovespa avançava há pouco 1,61%, aos 50.039,52 pontos. As ações da Petrobras e da Vale ganhavam mais de 4%.

    No setor financeiro, Itaú Unibanco PN subia 2,53%; Bradesco PN, +1,92%; Banco do Brasil ON, +1,91%; e Santander unit, +1,63%.

    Na Europa, a Bolsa de Londres encerrou o pregão em alta de 2,64%; Paris, +2,61%; Frankfurt, +1,93%; Madri, +2,48%; e Milão, +3,30%.

    Na Bolsa de Nova York, o S&P 500 ganhava 1,07%; o Dow Jones, +0,87%; e o Nasdaq, +1,55%.

    O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, subiu 0,51%, enquanto o índice de Xangai teve alta de 0,59%.

    O premiê chinês, Li Keqiang, disse nesta terça-feira que não vai permitir que o pânico que agitou as moedas e os mercados acionários globais após a decisão do Reino Unido de deixar a União Europeia cause forte turbulência no mercado financeiro do país.

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