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    o brasil que dá certo - infraestrutura

    Rede digital torna uso de energia mais eficiente, barata e flexível

    MACHADO DA COSTA
    DE BRASÍLIA

    30/06/2016 02h00

    O avanço das redes inteligentes de energia, conhecidas como smart grids, está abrindo espaço para uma modernização no sistema de distribuição de energia no país.

    Essas redes permitirão uma tarifação diferenciada do consumo de energia em diferentes horários, possibilitando cobrar menos de quem utilizar o serviço em horários alternativos, como durante a madrugada. Também priorizarão o consumo de fontes renováveis de difícil armazenamento, como a geração fotovoltaica e eólica.

    Infraestrutura conectada
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    Com a digitalização dos sistemas de fornecimento e de medição, as empresas do mercado livre de energia -segmento que comercializa energia por meio de contratos- tentam aprovar mudanças na legislação para permitir ao consumidor escolher de quem comprará a energia.

    A demora na implantação de smart grids limitava o mercado às concessionárias de distribuição de cada região. A novidade abrirá espaço para que outras companhias ofereçam também o serviço, como ocorre na telefonia.

    Energia inteligente

    Redes digitalizadas priorizam consumo de fontes renováveis e com menor custo

    MATRIZES GERADORAS

    Os primeiros projetos de smart grids no Brasil têm mais de dez anos, mas apenas uma minoria foi realmente maturada. A diferença é que agora, com o preço elevado da energia, os custos para investir na modernização já não representam mais um empecilho.

    A CPFL, concessionária de energia do interior de São Paulo, decidiu investir R$ 700 milhões para trocar os medidores de 2 milhões de residências -cerca de 30% do mercado da empresa- e integrá-los à rede digital de distribuição. A rede digital já atende aos consumidores da alta-tensão, como as indústrias e grandes comércios.

    "A portabilidade na energia só é efetiva com o smart grid, que pressupõe uma medição dinâmica [do consumo]. Hoje, a portabilidade até pode ser instituída, mas não terá a digitalização que o mercado precisa", afirma Jefferson Alberto Scudeler, gerente de smart grid da CPFL.

    O projeto da companhia paulista levará sete anos para ser entregue, período em que as comercializadoras de energia acreditam ser necessário para que estejam prontas para trabalharem como operadoras de eletricidade.

    CONGRESSO

    Reginaldo Medeiros, presidente da Abraceel (Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia Elétrica), concorda com a avaliação de Scudeler e conta com a ajuda do Poder Legislativo para acelerar as mudanças pleiteadas pelas empresas do setor.

    "Contamos com os projetos que estão caminhando no Congresso para aprovar a portabilidade. Esse é um projeto que daqui oito anos estará maduro", afirma Medeiros.

    O executivo diz ainda que a implantação dos smart grids também vai incentivar a geração caseira de energia, por meio de painéis solares.

    Com a digitalização da medição, a eficácia desse tipo de produção de eletricidade é aumentada, pois a distribuidora ou a operadora pode auferir a geração e o consumo de cada casa ou empresa em tempo real.

    Pesquisa encomendada pela Abraceel ao Ibope indica que 88% dos consumidores desejam produzir energia em casa. A mesma pesquisa aponta que 73% dos consumidores gostariam de poder escolher a operadora de energia utilizada.

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