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    Plebiscito britânico

    Dólar fica abaixo de R$ 3,24 com otimismo global; Bolsa sobe quase 2%

    EULINA OLIVEIRA
    DE SÃO PAULO

    29/06/2016 17h45

    Marcos Santos/USP Imagens
    Sem atuação do BC no câmbio, real se valoriza ainda mais frente ao dólar

    Pelo segundo dia consecutivo, os mercados globais reagiram com otimismo às expectativas de uma nova rodada de estímulos monetários pelos bancos centrais para minimizar os efeitos do "Brexit", ou seja, a saída do Reino Unido da União Europeia.

    As Bolsas e o petróleo avançaram nesta quarta-feira (29), e o dólar perdeu força frente a outras moedas. O movimento foi reforçado pelas expectativas de manutenção dos juros americanos no curto prazo.

    A moeda americana teve mais um dia de forte queda ante o real, renovando a cotação mínima em pouco mais de 11 meses. A cotação ficou abaixo de R$ 3,24, no caso do dólar comercial. O dólar à vista fechou na casa dos R$ 3,25.

    A valorização do real é ainda maior por causa da percepção de investidores que o Banco Central não atuará no câmbio. Nesta terça-feira (28), o presidente do BC, Ilan Goldfajn, reafirmou que o câmbio é flutuante.

    O Ibovespa subiu quase 2%, impulsionado pelo bom humor global. Os juros futuros terminaram alta, com a sinalização do BC de que a taxa básica de juros (Selic) não deverá sofrer cortes nos próximos meses para combater a inflação. O CDS (credit default swap) brasileiro, indicador de percepção de risco, recuou fortemente.

    Marcio Cardoso, sócio-diretor da Easynvest, destaca que a liquidez mundial é muito grande, e os juros elevados no país se mantêm como um atrativo para investidores.

    Ele avalia que há a expectativa de maiores fluxos de recursos para o Brasil no médio prazo, caso o presidente Michel Temer deixe de ser interino, com o eventual afastamento definitivo da presidente Dilma Rousseff no processo de impeachment.

    "O mercado conta com a melhora do cenário político e a efetivação da atual equipe econômica até 2018 para a condução das reformas e a consequente retomada dos investimentos", afirma.

    DÓLAR E JUROS

    A moeda americana renovou mínima em 11 meses ante o real nesta sessão. O dólar comercial fechou em baixa de 2,05%, a R$ 3,2380, no menor patamar desde 22 de julho do ano passado (R$ 3,2260).

    O dólar à vista terminou em queda de 1,79%, a R$ 3,2511, valor mais baixo também desde 22 de julho de 2015 (R$ 3,2269).

    No ranking de principais moedas, o real teve a segunda maior valorização nesta quarta-feira, atrás apenas do rand sul-africano, que subiu 2,12% sobre o dólar.

    "A nova diretoria do BC se mostra interessada em deixar o câmbio flutuar mais para baixo para ter força no combate à inflação. Quanto mais dificuldade fiscal e mais resistência da inflação em cair, teremos maior chance de dólar abaixo dos R$ 3,20", escreve a equipe de análise da Lerosa Investimentos, em relatório.

    A autoridade monetária ainda tem cerca de US$ 60 bilhões de swaps cambiais em estoque, que equivalem à venda futura de dólares. Entre março e maio deste ano, a antiga diretoria do BC aproveitou a queda do dólar para reduzir sua exposição cambial em aproximadamente US$ 48 bilhões, por meio de leilões de swap cambial reverso, que correspondem à compra futura de dólares.

    Dólar recua mundialmente pelo 2º dia seguido - Variação frente à moeda americana à vista, em %

    No mercado de juros futuros, o contrato de DI para janeiro de 2017 subiu de 13,840% para 13,885%; o contrato de DI para janeiro de 2021 avançou de 12,070% para 12,200%.

    O CDS (credit default swap) brasileiro, espécie de seguro contra calote e indicador de percepção de risco, recuava 4,11%, aos 320,170 pontos, no menor nível desde agosto do ano passado.

    BOLSA

    Ibovespa fechou em alta de 1,99%, aos 51.001,91 pontos. O giro financeiro foi de R$ 7,6 bilhões, maior do que nas últimas sessões.

    As ações da Petrobras subiam 3,26%, a R$ 9,50 (PN), e 2,84%, a R$ 11,57 (ON), impulsionadas pela alta de 3% do petróleo no mercado internacional.

    Os papéis da Vale avançaram 2,46%, a R$ 12,87 (PNA), e 1,61%, a R$ 15,71 (ON).

    No setor financeiro, Itaú Unibanco PN ganhou 2,24%; Bradesco PN, +2,41%; Santander unit, +2,93%; Banco do Brasil ON, +2,86%; e BM&FBovespa ON, +0,29%.

    Fora do índice, as ações da companhia aérea Gol perderam 7,33%, a R$ 3,41. Diante da resistência dos senadores em ampliar para 100% a participação de capital estrangeiro nas empresas aéreas brasileiras, o governo se comprometeu a vetar a ampliação para que o Senado aprove ainda nesta quarta (29) a medida provisória que trata deste assunto.

    EXTERIOR

    Na Bolsa de Nova York, o índice S&P 500 fechou com ganho de 1,70%; o Dow Jones, +1,64%; e Nasdaq, +1,86%.

    Na Europa, a Bolsa de Londres ganhou 3,58%, para 6.360 pontos, retomando o patamar pré-"Brexit". A Bolsa de Paris ganhou 2,60%; Frankfurt, +1,75%; Madri, +3,45%; e Milão, +2,21%.

    Na Ásia, o índice chinês CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, subiu 0,48%, enquanto o índice de Xangai teve alta de 0,69%. No Japão, o índice Nikkei da Bolsa de Tóquio avançou 1,59%, a 15.566 pontos.

    No mercado de câmbio, a libra avançou 1,07% ante o dólar e o euro, +0,41%.

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