O otimismo global com se mantém pelo terceiro pregão consecutivo, com as apostas de que os bancos centrais adotarão medidas para minimizar os efeitos da saída do Reino Unido da União Europeia, chamada de "Brexit". O dólar recuou frente à maior parte das principais moedas.

Após uma abertura fraca, as Bolsas mundiais ganharam impulso após o presidente do BoE (Banco da Inglaterra), Mark Carney, ter dito que o banco central provavelmente teria de promover mais estímulos à economia britânica durante o verão, após o "Brexit". O petróleo, porém, operou em queda

A moeda americana à vista caiu mais de 2% ante o real, para a casa dos R$ 3,18, renovando a cotação mínima em pouco mais de 11 meses. O Ibovespa iniciou a sessão em queda, pressionado pelas ações da Petrobras, que recuaram seguindo o movimento do petróleo no mercado internacional. O índice virou e fechou com ganho de 1,03%

O dólar à vista terminou a sessão em baixa de 2,04%, a R$ 3,1849. No ano, a moeda americana acumula queda de 19,59%. Somente em junho, o recuo foi de 11,46%, a maior queda mensal desde abril de 2003 (-13,23%).

O dólar comercial perdeu 0,74% nesta sessão, a R$ 3,2140, menor valor também desde 21 de julho do ano passado (R$ 3,1740). Em junho, perdeu 11,07% e, no ano, acumula queda de 18,63%.

O real foi a moeda que teve a maior valorização global no primeiro semestre. O movimento ganhou força com a recuperação das commodities e as apostas de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Mais recentemente, as expectativas de manutenção dos juros americanos e de aumento da liquidez mundial com o "Brexit" deram impulso à moeda brasileira, além do fato de o Banco Central não estar intervindo no câmbio.

O operadores comentaram que a formação da taxa Ptax do último dia do mês, que serve de referência a vários contratos cambiais e é calculada pelo Banco Central, influenciou os negócios nesta sessão.

No mercado de juros futuros, o contrato de DI para janeiro de 2017 avançou de 13,885% para 13,935%, ainda reagindo às expectativas de manutenção da taxa básica de juros (Selic) em 14,25% ao ano no curto prazo. O contrato de DI para janeiro de 2021, porém, caiu de 12,210% para 12,150%, embutindo as projeções de recuo da inflação no longo prazo.

Os investidores aguardavam para esta quinta-feira uma decisão do CMN (Conselho Monetário Nacional) sobre uma eventual redução da meta de inflação de 2018 para 4% ou 4,25%, ante a meta atual de 4,5%. " A meta de inflação para 2018 pode ser reduzida em relação a 2017, o que poderá trazer nova rodada de aposta em manutenção de juros elevados por mais tempo", comenta a equipe de análise da Lerosa Investimentos, em relatório.

O CDS (credit default swap), espécie de seguro contra calote e indicador de percepção de risco, recuava 0,98%, aos 316,974 pontos.

BOLSA

O Ibovespa fechou em alta de 1,03%, aos 51.526,93 pontos. O giro financeiro foi de R$ 7,9 bilhões.

No mês, o índice ganhou 6,30%, e no ano, +18,86%, a maior entre os principais índices globais.

As ações da Petrobras perderam 0,84%, a R$ 9,42 (PN), e 0,51%, a R$ 11,51 (ON), pressionados pelo recuo do petróleo no mercado internacional.

As ações da Vale avançaram 1,24%, a R$ 13,03 (PN), e 3,56%, a R$ 16,27 (ON), beneficiadas pelo avanço do minério de ferro na China.

No setor financeiro, Itaú Unibanco PN ganhou 2,33%; Bradesco PN, +0,55%; Banco do Brasil ON, +4,18%; Santander unit, +1,73%; e BM&FBovespa ON, +3,48%.

EXTERIOR

Na Europa, a Bolsa de Londres fechou com ganho de 2,27%; Paris, +1,00%; Frankfurt, +0,71%; Madri, +0,72%; e Milão, +1,57%.

Na Bolsa de Nova York, o índice Dow Jones terminou a sessão em alta de 1,33%; o S&P 500, +1,36%; e o Nasdaq, +1,33%.

Na Ásia, as principais Bolsas fecharam com pouca variação, em um movimento de realização de lucros. O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzen, subiu 0,08%; o índice de Xangai perdeu 0,07%. A Bolsa de Tóquio avançou 0,06%.

Após duas sessões de fortes altas, o petróleo Brent, negociado em Londres, perdia 1,84%, a US$ 49,68 o barril; o petróleo tipo WTI, negociado em Nova York, caía 2,99%, a US$ 48,39 o barril.