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    Para ministro, reajustes de benefícios e salários não afetarão ajuste fiscal

    GUSTAVO URIBE
    EDUARDO CUCOLO
    DE BRASÍLIA

    30/06/2016 13h40

    O ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, defendeu nesta quinta-feira (30) que as medidas de reajuste de benefícios e salários não irão impactar a política de ajuste fiscal adotada pelo governo interino.

    Em discurso a representantes de entidades comerciais, o ministro defendeu o aumento médio de 12,5% nos benefícios do Bolsa Família e ressaltou que ele foi inferior à inflação acumulada dos últimos dois anos, uma vez que a última vez que ele sofreu reajuste foi em maio de 2014.

    Segundo ele, mesmo assim, era necessário amenizar os efeitos inflacionários. "Nós optamos por não dar a integralidade da recomposição da inflação dentro da política de contenção de despesas. Não é possível manter essa população com recursos que foram corroídos pela inflação", disse.

    O ministro defendeu também o reajuste salarial para servidores do Poder Judiciário e para o Ministério Público, aprovado pelo Senado Federal na quarta-feira (29) e que irá para a sanção presidencial.

    Ele ressaltou que eles que serão dados com base na inflação e serão concedidos apenas em agosto. Segundo o Ministério do Planejamento, o impacto do aumento para o Poder Judiciário será de R$ 1,7 bilhão para os cofres públicos ainda em 2016.

    O ministro participou nesta quinta-feira (30) de encontro do presidente interino, Michel Temer, com entidades comerciais, no Palácio do Planalto.

    No discurso, o ministro ressaltou ainda a importância de criação de uma rota sustentável de crescimento e disse que com a aprovação da proposta de limitação dos gastos públicos será possível, em um prazo de vinte anos, abrir espaço para a redução da atual carga tributária.

    Segundo ele, já há expectativas no mercado financeiro de que já em 2017 a inflação poderá atingir o centro da meta, de 4,5%, e, para 2016, as despesas discricionárias atingirão o nível de 2012.

    "Nós estamos limitando e racionalizando todos os benefícios que estão sendo colocados, com racionalização e focalização dos custos", disse.

    SUPER SIMPLES

    O ministro Marcos Pereira (Desenvolvimento, Indústria e Comércio) defendeu o avanço no Congresso Nacional de propostas como a flexibilização dos meios de pagamento e a alteração do Super Simples, estabelecendo graduações para o ingresso de microempreendedores.

    "Nós sabemos que os desafios são grandes, por que não dizer gigantes, mas estamos trabalhando com muito empenho, para em um curto espaço de tempo fazer o que não foi feito nos últimos anos", disse.

    Os dirigentes de de associações comerciais presentes entregaram ao peemedebista uma carta com solicitações de medidas na área econômica, como a adoção de uma menor carga tributária, o aumento dos incentivos a exportações, a regulamentação do trabalho terceirizado e um refinanciamento das dívidas das empresas.

    "Cada vez mais constatamos a necessidade de promover um refinanciamento às empresas, sufocadas pela crise. Essa atitude, temos certeza, ampliaria a base de arrecadação. Propomos um parcelamento das dívidas tributárias em 360 meses ou 1% sobre o faturamento, englobando toda dívida existente na Receita Federal" escreveram.

    Em discurso, o presidente da CACB (Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil), George Pinheiro, avaliou que o encontro constrói uma ponte entre a iniciativa privada e o governo federal e lembrou que empresas e famílias foram impactadas com as "turbulências política e econômica" do país.

    "O Brasil não precisa de salvadores da pátria, mas de novos e bons líderes", disse.

    Ele defendeu a continuidade da Operação Lava Jato e o estabelecimento de um pacto para a retomada do crescimento. "Nós reafirmamos o apoio ao seu governo e estamos prontos para dar o suporte necessário para que ele siga em frente", disse.

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