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    Real dispara, e Banco Central decide voltar a intervir no câmbio

    EULINA OLIVEIRA
    DE SÃO PAULO
    EDUARDO CUCOLO
    DE BRASÍLIA

    01/07/2016 02h00

    O Banco Central voltará a intervir no câmbio nesta sexta (1º), depois de mais de 40 dias. De 18 de maio, quando as operações do BC foram interrompidas, até esta quinta (30), a moeda brasileira foi a que mais se valorizou no mundo, consideradas as 16 principais divisas: 9,82%.

    O rand sul-africano, que ficou em segundo lugar, subiu bem menos: 6,83%.

    O BC anunciou que fará um leilão de "swap" cambial reverso de US$ 500 milhões. Esse instrumento equivale à compra de moeda no mercado futuro, ou seja, contribui para elevar a demanda por dólar e segurar a sua queda.

    O dólar mais barato reduz a inflação, mas, por outro lado, prejudica exportações e afeta as contas externas.

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    Saiba mais sobre a moeda americana
    NOTAS DE DÓLAR

    Como o mercado de câmbio é muito volátil, consultores recomendam que quem vai precisa de dólar compre aos poucos ao longo de um período de tempo.

    Moedas estrangeiras não são opções recomendadas a pequenos investidores.

    JANELA OPORTUNA

    Na terça (28), o novo presidente do BC, Ilan Goldfajn, havia reafirmado que o câmbio é flutuante e que autoridade monetária poderia utilizar todas as ferramentas cambiais de que dispõe, sempre com parcimônia.

    Dólar mais fraco - Real ganha força na comparação com a moeda americana em junho

    Afirmou ainda que o plano do BC era encontrar uma janela de oportunidade para reduzir o estoque de swap cambial em ritmo compatível com o funcionamento do mercado, "quando e se possível".

    O estoque de swaps está hoje em US$ 62,1 bilhões. Na prática, é como se o BC tivesse injetado moeda estrangeira nesse valor. Quando negocia o swap reverso, está na prática recomprando esses dólares e secando o estoque das mãos do mercado.

    Dólar mais fraco - Moeda x valorização ante o dólar em junho (em %)

    DISPARADA

    Também no resultado do primeiro semestre, foi o real que mais se valorizou: 19,59%. Ou seja, o Brasil foi o país em que o dólar mais caiu.

    No mercado à vista, referência para o sistema financeiro, a queda foi de 23,4% no período. No fechamento desta quinta, chegou a R$ 3,18, menor valor desde 21/7/ 2015 (R$ 3,1735). Somente em junho, o real avançou 11,46%, a maior alta percentual desde abril de 2003 (+13,23%).

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