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    Produção industrial fica estável em maio com ajuda de automóveis

    BRUNO VILLAS BÔAS
    DO RIO

    01/07/2016 09h20 - Atualizado às 09h41

    A produção da indústria brasileira ficou estável em maio e renovou os sinais de que o período de perdas mais intensas do setor pode ter ficado para trás, mostram dados do IBGE.

    Divulgada nesta sexta-feira (1º), a produção industrial ficou estável na passagem de abril para maio, após ter registrado aumento de produção em março (1,4%) e abril (0,2%).

    Economistas consultados pela agência Bloomberg previam estabilidade da produção, considerando o centro (mediana). Mas as previsões variavam desde uma queda de 1% a uma alta de 0,7%.

    Produção industrial - Variação em %

    A indústria não registrava três meses consecutivos sem queda de produção, na passagem dos meses, desde meados de 2012, quando o registrou cinco avanços consecutivos.

    O resultado não foi suficiente para eliminar as perdas registradas no passado. Neste ano, a baixa acumulada está em 9,8%. Quando comparado a maio de 2015, o setor registrou uma queda de 7,8%.

    Nesta base de comparação, foi a 27ª taxa negativa consecutiva, renovando o recorde da série histórica da pesquisa, iniciada em 2002.

    Por dentro do resultado de maio, metade dos 24 setores acompanhados pela pesquisa registrou taxas positivas no mês, com destaques para o ramo de veículos automotores, reboques e carrocerias, com alta de 4,8%.

    Outras contribuições positivas importantes vieram dos setores de perfumaria, sabões, produtos de limpeza e de higiene (3,6%), de indústrias extrativas (1,4%) e de metalurgia (3,4%), conforme a pesquisa do instituto.

    Juca Varella/Folhapress
    Operário na indústria Carbocloro, em Cubatão (SP): produção industrial ficou estável em maio
    Operário na indústria Carbocloro, em Cubatão (SP): produção industrial ficou estável em maio

    COMPORTAMENTO DIFERENTE

    O técnico do IBGE André Macedo diz que os dados reforçaram a ideia de que o setor tem neste ano um comportamento diferente do apresentado no ano passado, quando predominavam os resultados negativos na passagem dos meses.

    "Embora o saldo seja ainda negativo no ano, o cenário de queda mais intensa e de aprofundamento da trajetória descendente [da produção] parece ter ficado para trás. Mas isso não significa que já exista uma trajetória ascendente ", disse Macedo.

    Maio foi marcado por melhora em alguns indicadores econômicos. A confiança da indústria, medida pela Fundação Getulio Vargas, aumentou pelo terceiro mês consecutivo e alcançou o maior nível desde março de 2015.

    Além disso, os estoques de produtos finais do setor recuaram em maio pelo sétimo mês seguido, segundo pesquisa da CNI (Confederação Nacional da Indústria). Ficou assim dentro do desejado.

    Das grandes categorias econômicas, o setor de bens de consumo duráveis fabricou 5,6% de abril para maio, empurrado para frente pelo ramos de automóveis e caminhões. O avanço interrompeu uma sequência de quatro meses de queda.

    "Apesar do resultado positivo da produção de veículos na passagem dos meses, o ramos ainda registra estoques elevados e reduções na jornada do trabalho", disse Macedo, durante entrevista coletiva para apresentação dos resultados.

    Outro dado positivo veio do segmento de bens de capital, com alta de 1,5%. Essa categoria econômica inclui máquinas e equipamentos. Por isso, é considerado um termômetro dos investimentos em curso no país.

    Dos ramos da indústria sem aumento de produção no mês, o de maior relevância foi o de produtos alimentícios, com queda de 7%. Coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis recuaram 8,2%.

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