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    Exportação cai, mas balança registra US$ 4 bilhões de superavit em junho

    DIMMI AMORA
    DE BRASÍLIA

    01/07/2016 15h22 - Atualizado às 16h25

    Marcelo Justo - 27.mar.2012/Folhapress
    TANGARÁ DA SERRA, MT, BRASIL, 27-03-2012, 14h30: Colheita do final da safra de soja na fazenda Morro Azu, do grupo A. Maggi, que fica há 70 km do centro de Tangará da Serra, no Mato Grosso. A colheita foi realizada com 17 colheitadeiras Case II, e, segundo os administradores do grupo A. Maggi, a safra atual deu 60 sacas por hectare num total de 39.400 mil hectare plantado. (Foto: Marcelo Justo/Folhapress)
    Colheita de soja na fazenda Morro Azu, no MT; queda do preço do grão afeta exportações

    O país registrou em junho queda no valor das exportações. A venda de produtos brasileiros para fora alcançou US$ 16,7 bilhões, contra US$ 19,6 bilhões do mesmo período de 2015, informou a Secex (Secretaria de Comércio Exterior) do Ministério do Desenvolvimento.

    O valor também é menor que os US$ 17,6 bilhões de exportações do mês de maio. No acumulado do ano, as exportações brasileiras alcançaram US$ 90,2 bilhões. Junho teve a pior média diária de vendas desde 2012.

    De acordo com Herlon Brandão, diretor do Departamento de Estatística e Apoio à Exportação, a queda nas exportações no mês ocorreu por dois motivos principais. O primeiro foi que junho de 2015 registrou a exportação de uma plataforma de petróleo, o que não se repetiu neste ano.

    O outro foi que o pico das exportações de soja ocorreu em 2016 no mês de abril, com 10 milhões de toneladas. No ano passado, esse fato ocorreu em junho, com 9,8 milhões de toneladas. Em junho de 2006, a quantidade ficou em 7,8 milhões.

    Mesmo com a queda das exportações, a balança comercial brasileira registrou um superavit de US$ 4 bilhões em junho. O valor é inferior ao saldo do mesmo mês do ano passado, quando foi de US$ 4,5 bilhões.

    E também menor que os US$ 6,7 bilhões de superávit registrado em maio de 2016, que havia sido melhor para o mês na série histórica.

    O saldo comercial do semestre é de US$ 23,6 bilhões, o melhor para o período desde 1989, início da série histórica. O recorde anterior era de 2007. Por enquanto, a projeção do governo é que esse saldo ao fim do ano alcance entre R$ 45 bilhões e R$ 50 bilhões.

    De acordo com a Secex, outro dado positivo é que o país continua aumentando o número de empresas exportadoras, que chegaram a 17,6 mil nesse período. Até 2015, eram 15,7 mil.

    Segundo Brandão, a queda do dólar nesse mês ainda não deve influenciar no aumento do número de exportadores. Ele lembrou que ano passado a taxa média de câmbio foi de R$ 3,34, pouco acima do patamar atual.

    "Essa oscilação do dólar acontece. No curto prazo, não influencia no resultado dos negócios. Os entrantes já venderam, já negociaram. Uma mudança permanente no patamar pode influenciar, mas de curto não explicam o movimento de entrada", afirmou.

    O saldo positivo ocorre porque as importações nacionais continuam caindo. Em junho, elas registraram US$ 12,8 bilhões, valor US$ 2,4 bilhões menor que o registrado em junho de 2015. O valor, contudo, é levemente superior aos US$ 11,1 registrados em maios de 2016.

    QUEDA

    O valor menor das vendas nacionais decorre de uma queda nos valores dos produtos nacionais de exportação, de 14,8% em média no semestre em relação a 2015. No caso da soja, por exemplo, o preço foi 7% menor que o de um ano atrás. O minério de ferro caiu 27%.

    As empresas tentaram compensar a redução do preço vendendo mais produtos e a quantidade de exportações brasileiras cresceu 10% no semestre contra igual período de 2015. No caso da soja, por exemplo, a quantidade aumentou 18%. O minério, 4%. No semestre, o país já exportou 38,6 milhões de toneladas de soja e 177,3 milhões de toneladas de minério.

    Segundo Brandão, as importações tiveram uma pequena recuperação em relação a maio por causa de uma grande quantidade de produtos trazidos para a construção de uma siderúrgica no Ceará. Também houve melhora no semestre em relação às exportações de carros, que cresceram 44%, principalmente para a América Latina.

    O país dobrou a importação de feijão da Argentina em relação ao ano passado e esse movimento deve se intensificar e se espalhar para outros países

    Na área de petróleo, o país importou quase metade do valor de um ano atrás. As exportações do produto caíram menos, 19%.

    A China continua liderando as compras de produtos brasileiros seguida da União Europeia e dos EUA.

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