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    Otimismo volta, e estrangeiros entram com R$ 1,166 bi na Bolsa em junho

    EULINA OLIVEIRA
    DE SÃO PAULO

    04/07/2016 19h05

    Depois de retirarem R$ 1,815 bilhão da Bovespa em maio, em um misto de realização de lucros e de cautela em relação ao governo do presidente interino Michel Temer, os investidores estrangeiros voltaram ao mercado acionário brasileiro em junho.

    No mês passado, houve o ingresso líquido (saldo entre compras e vendas de ações) de R$ 1,166 bilhão de recursos estrangeiros. O movimento contribuiu para que o Ibovespa, o principal índice da Bolsa paulista, ganhasse 6,30% no período.

    Com isso, no acumulado do ano, o superavit de capital externo na Bovespa subiu para R$ 12,641 bilhões.

    Segundo analistas, vários fatores colaboraram para a retomada da confiança no mercado de ações brasileiro. O primeiro deles é a postergação do aumento dos juros americanos, depois de dados decepcionantes do mercado de trabalho nos Estados Unidos em maio.

    No final de junho, com o "Brexit" (saída do Reino Unido da União Europeia), as apostas de que não haverá alta dos juros nos Estados Unidos foram reforçadas.

    Além disso, há a perspectiva de que os bancos centrais vão adotar mais medidas de estímulo monetário para evitar uma maior desaceleração da economia global após a decisão dos britânicos de deixar a UE.

    Os baixos juros no exterior e o aumento da liquidez mundial tornam o mercado brasileiro mais atraente, por causa das taxas de juros locais elevadas.

    SINAIS DE MELHORA

    A percepção é de que a economia brasileira parou de piorar, e as expectativas são de que as medidas de ajuste fiscal e as reformas no atual governo ganharão impulso caso o presidente Michel Temer deixe de ser interino, afirmam analistas. Isso ocorrerá se a presidente Dilma Rousseff for afastada definitivamente no processo de impeachment contra ela. O julgamento final no Senado está previsto para agosto.

    Raphael Figueiredo, analista da Clear Corretora, ressalta que a melhora do ambiente interno vem sendo sentida desde o início do mês passado. "Estamos vendo movimentos de fusões e aquisições entre empresas, e há a perspectiva de que haverá uma onda de privatizações sob o governo Temer, o que atrairá ainda mais capital externo", afirma.

    Estrangeiros voltam às compras na Bovespa - Resultado líquido (entradas menos saídas), em R$ bilhões

    Em maio, a forte saída de capital externo da Bolsa ocorreu porque, nos três meses anteriores, os investidores apostaram fortemente no afastamento da presidente Dilma Rousseff. Com a aposta ganha, houve um movimento de realização de lucros. Naquele mês, o Ibovespa caiu 10%.

    Ao mesmo tempo, o governo do presidente interino Michel Temer estava começando, e o mercado optou pela cautela. Para completar, em maio, eram fortes os temores de alta dos juros americanos —percepção que se reverteu em junho.

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