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    Produção de veículos cai 21,5% no primeiro semestre, diz Anfavea

    ANA PAULA MACHADO
    DE SÃO PAULO

    06/07/2016 12h24 - Atualizado às 13h13

    A produção de veículos no Brasil caiu 21,5% no primeiro semestre do ano, para pouco mais de 1 milhão de unidades, o pior resultado para o período desde 2004. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (6) pela Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores).

    Em junho, a queda foi de 3% na comparação com o mesmo mês do ano passado, para 182,6 mil veículos. Em relação a maio, porém, a produção cresceu 4,2%.

    As vendas de veículos tiveram queda de 25,4% no semestre, quando 1,31 milhão de unidades foi emplacada. Foi o pior volume para o período nos últimos dez anos.

    Autoveículos no Brasil - Números do setor, em mil

    "O mercado encontrou o seu patamar de estabilidade e, depois disso, vem o crescimento. O mês de junho já foi melhor que maio e há indicadores econômicos que apontam uma melhora, como os índices de confiança do consumidor ", disse o presidente da Anfavea, Antonio Megale.

    As vendas em junho atingiram 171,8 mil unidades, alta de 2,6% em relação a maio, mas queda de 19,2% ante o mesmo mês do ano passado.

    Já as exportações caíram 12,5% no semestre, para US$ 4,85 bilhões. Em junho, atingiram US$ 890 milhões, queda de 5,5% em relação a maio e de 11,9% na comparação com o mesmo mês de 2015.

    No semestre, foram exportadas 226,64 mil unidades, alta de 14,2% ante o primeiro semestre do ano passado. Em junho, foram exportados 43,39 mil veículos, queda de 7,5% em relação a maio e de 9,6% em relação a junho do ano passado.

    ESTOQUES

    Os carros ficaram menos tempo parados nos pátios das montadoras. Em junho, os estoques giraram em 39 dias, o que equivale a 225,6 mil veículos. Já em maio, havia 235 mil unidades nos pátios, o que levava 41 dias para girar.

    "As empresas estão fazendo esforços para reduzir esse volume. Muitas medidas são tomadas na produção. Há 26 mil pessoas em licença do trabalho, em PPE (Programa de Proteção ao Emprego) e suspensão temporária do contrato de trabalho", disse Megale.

    Segundo ele, entre 2004 e 2014 as montadoras usaram a flexibilidade da força de trabalho para produzir mais no país, recorrendo a banco de horas e finais de semana dos trabalhadores para atender à demanda do mercado.

    "Agora, estamos usando a flexibilização para proteger os empregos e reduzir a produção. O mercado precisa voltar para conseguirmos manter essa força de trabalho", disse o dirigente. Essa flexibilização agora se dá sob a forma de lay-off (contratos de trabalho suspensos) e o próprio PPE, como forma de diminuir a produção e se adequar à nova realidade.

    Segundo Megale, com a previsão de 2,3 milhões de veículos produzidos, as montadoras devem usar menos de 50% da capacidade instalada. No final deste ano, as fábricas no Brasil poderão montar até 5 milhões de veículos.

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