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    Reajuste de servidor aumenta folha da União em 8,2% até 2018, diz ministro

    MACHADO DA COSTA
    DE BRASÍLIA

    06/07/2016 12h33

    Os recentes reajustes dados pelo governo a servidores dos três poderes aumentarão a folha de pagamentos da União em 8,2% até 2018, segundo o ministro interino do Planejamento, Dyogo Oliveira.

    Dyogo afirma que, neste período, os reajustes consumirão R$ 68,7 bilhões —o valor atualizado e anunciado nesta quarta-feira (6) é R$ 1 bilhão a mais do que o governo previa. O impacto para este ano é de R$ 6 bilhões.

    "Esse é um valor que, diante do histórico de reajustes que tivemos, tem um impacto aceitável dentro do programa de ajuste fiscal", afirmou o ministro.

    Os números foram levados por Dyogo à Comissão de Assuntos Econômicos do Senado para convencer os parlamentares a aprovar os reajustes.

    Na quarta passada (29), o Senado aprovou o reajuste para os servidores do Judiciário e do Ministério Público. O impacto, segundo o ministro, é de R$ 1,7 bilhão neste ano.

    Até o momento, o governo encaminhou ao Congresso o reajuste de 16 categorias, mas os parlamentares esperam outros 19 projetos prevendo aumentos salariais. Entre eles, a elevação do teto dos vencimentos dos ministros do STF (Supremo Tribunal Federal).

    O ministro argumenta que os aumentos que já estão tramitando no Congresso não devem elevar o percentual da folha de pagamentos sobre o total de gastos do governo federal.

    "Em 2009, tínhamos [gastos com a folha de] 4,7% do PIB. Esse percentual chegou a 4,1% em 2015 e se manterá entre 4,1% e 4,2% até 2018. Quando se olha para trás, vemos até uma queda", diz.

    Dyogo afirma que outros acordos de reajustes firmados com mais de uma dezena de categorias, entre elas a de funcionários da Receita Federal e das polícias Federal e Rodoviária, firmados em sua maioria pelo governo Dilma, estão sendo avaliados pelo Planejamento.

    O ministro disse que, caso o governo opte por enviá-los para apreciação do Congresso, deve fazê-lo apenas depois da aprovação da LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias).

    "Não há uma decisão de quando serão enviados. Nós estamos avaliando a oportunidade e o momento certo para isso", afirmou.

    CRÍTICAS

    Senadores da oposição reagiram à apresentação. Segundo Katia Abreu (PMDB-TO), o custo real dos reajustes até 2019 é de R$ 150 bilhões.

    "É tanto dinheiro que se tivéssemos que fazer tudo o que precisamos em infraestrutura, gastaríamos R$ 500 bilhões. Agora, três "graças" [reajuste de servidores, aumento do teto para ministros do Supremo e renegociação da dívida dos Estados] vão consumir um terço do que precisamos", afirmou.

    "O problema não é o Bolsa Família, o reajuste do servidor, o gasto com saúde e educação. Mas, sim, o serviço da dívida, o que é gasto com juros. Esse governo mandou uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição) com limite de gastos, quero que tenha um limite de gastos com juros", afirmou a presidente da CAE, a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR).

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