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    Estudo alerta para riscos de anúncios em sites de conteúdo pirateado

    MACHADO DA COSTA
    DE BRASÍLIA

    07/07/2016 12h00

    Os sites que veiculam na internet conteúdo autoral pirateado têm exposto usuários e empresas a riscos por meio de seus espaços publicitários.

    Estudo realizado pela entidade internacional Ecpat mostra que os usuários são bombardeados por anúncios que exploram jogos de azar, disseminam vírus, pornografia (inclusive com conteúdo pedófilo) e esquemas de negócios ilegais.

    Além disso, os sistemas de direcionamento de publicidade também exploram grandes marcas que, muitas vezes sem saber, aderem aos meios de pulverização de anúncios e acabam se relacionando com esses sites criminosos.

    O estudo, assinado pelo neozelandês Paul Watters, escrutina os portais piratas no Brasil e foi concluído em dezembro de 2015.

    PROPAGANDA PIRATA - Tipo de anúncios de alto risco, em %

    Watters afirma que, quando esses sites são acessados diretamente, pela digitação do endereço correto no navegador, os anúncios considerados de alto risco exibidos ao usuário chegam a representar 94% do total.

    Os riscos para as empresas surgem quando o usuário chega ao site de conteúdo pirateado por meio de mecanismos de busca e de redes sociais. Isso acontece porque os algoritmos dos espaços publicitários selecionam os anúncios que mais se adequam ao perfil do usuário.

    Nessa situação, os anúncios considerados convencionais —de empresas reconhecidamente idôneas— representam 66% do total. No entanto, o usuário continua exposto, pois os outros 34% dos anúncios foram considerados de alto risco.

    Watters explica que as marcas são expostas devido à falta de cuidado delas próprias na disseminação de seus anúncios pela internet.

    Em todos os casos observados, as empresas contrataram agências especializadas na pulverização da sua publicidade, que, muitas vezes sem saber, acabam sendo veiculadas nesses sites.

    No Brasil, a história de um dos mais famosos sites de pirataria, o Mega Filmes HD, acabou levando à prisão do casal responsável pela página. Segundo a Polícia Federal, os donos do site lucravam R$ 70 mil por mês com a publicidade exposta na página.

    "As próprias marcas devem ter mais responsabilidades para garantir que as despesas com publicidade não financiem inadvertidamente os sites que usam estes tipos de ameaças contra crianças e adolescentes", conclui Watters.

    Empresas brasileiras e estrangeiras, citadas no estudo como financiadoras de sites de pirataria, negam envolvimento e repudiam o uso de suas marcas.

    A Ford é a marca com maior número de registros no estudo. Procurada pela Folha, a empresa afirma ter rigorosos padrões de conduta e repudia a veiculação de anúncios da marca em sites de conteúdo inadequado. Diz também que a compra de mídia é terceirizada, mas que exige os mesmos padrões éticos.

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