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    Nova meta fiscal é classificada como ousada por base aliada

    MARIANA HAUBERT
    DE BRASÍLIA

    07/07/2016 20h53 - Atualizado às 13h16

    Com a previsão de um rombo menor do que o esperado nas contas públicas, a nova meta fiscal anunciada pelo governo nesta quinta (7) foi classificada por senadores da base aliada que acompanharam as negociações como uma meta "ousada" que demandará grande esforço no Congresso.

    O anúncio de que o deficit será de R$ 139 bilhões para a União foi visto como uma vitória pessoal do ministro Henrique Meirelles (Fazenda) sobre a ala política do governo, incluindo o Ministério do Planejamento, comandado pelo ministro Dyogo Oliveira.

    A expectativa era de que o governo anunciasse um valor entre R$ 150 bilhões e R$ 160 bilhões. O número, anunciado nesta quinta-feira (7), é a diferença entre receitas e despesas do governo federal e ficou abaixo da previsão para 2016, de R$ 170,5 bilhões.

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    A meta, segundo Meirelles é o valor de R$ 194 bilhões, descontado um "esforço fiscal" de R$ 55,4 bilhões. O ministro não disse, no entanto, em que consiste esse esforço. Ele citou, por exemplo, privatizações, outorgas e concessões, cujo valor ainda não está definido. Também poderá incluir aumentos de tributos.

    Para os senadores da base a medida demandará um grande esforço do governo no Congresso, em que "nada poderá dar errado" já que muitas das medidas do esforço fiscal precisarão ser analisadas pelos congressistas.

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    De acordo com os parlamentares, o ministro decidiu acatar duas questões que ele refutava até esta quinta para aumentar as receitas do governo, que é incluir na conta a securitização da dívida ativa e a aprovação da legislação sobre recuperação judicial.

    OPOSIÇÃO

    A oposição no Senado reagiu ao anúncio com o argumento de que o governo interino não teve coragem de cortar despesas e agora tenta mascarar a nova meta fiscal. "Eles não abriram mão dos gastos e não tiveram coragem de cortar despesas. Estão querendo enrolar agora", afirmou o líder da oposição, Lindbergh Farias (PT-RJ).

    Ele acusou a gestão Temer de estar sendo incoerente porque "sempre acusaram a presidente afastada, Dilma Rousseff, de ser leniente com as contas públicas" e não ser transparente na definição de metas fiscais. "Vamos botar a boca nisso porque o discurso de austeridade que eles defendiam foi pelo ralo", disse o petista.

    Para Lindbergh, a ideia que o governo tenta passar de que foi uma vitória do ministro da Fazenda é errônea. "Estão tentando travestir isso como uma vitória do Meirelles mas ele foi novamente derrotado pela ala política do governo, pelo senador Romero Jucá (PMDB-RR). Jucá e companhia que não abriram mão dos gastos", afirmou.

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