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    Para driblar crise, hotéis aderem à onda de escritórios compartilhados

    MARCELO TOLEDO
    DE RIBEIRÃO PRETO

    10/07/2016 02h00

    Paulo Pereira / Folhapress
    São Paulo, SP, Brasil, 17-07-2014: Espaço oGangorra, um espaço de CoWork que concentra empresas e coletivos operantes no contexto ambiental, da mobilidade, social, artístico ou cultural. Rua Mourato Coelho, 1344. (foto Paulo Pereira / Folhapress)
    Espaço de coworking no bairro da Vila Madalena, em São Paulo

    Reflexo da crise, com a necessidade de redução de custos, os escritórios compartilhados, ou coworkings, tiveram um crescimento acelerado no país no último ano. Até hotéis passaram a adaptar parte do seu espaço a essas instalações, a fim de driblar a queda na taxa de ocupação.

    O coworking reúne profissionais que até então trabalhavam em casa ou locais como cafés, praças e quartos de hotéis e se uniram para dividir um escritório compartilhado em sistema de cooperação.

    Por um preço pré-determinado, esses autônomos ou empresas iniciantes têm direito a uma estação de trabalho, internet, TV e local para reuniões. A economia em relação à locação de um escritório pode ultrapassar 70%.

    Censo feito com 173 dos coworkings brasileiros mostra que 65% dos usuários trabalham com consultoria e que entre eles há publicitários, advogados, professores e contadores, entre outras atividades.

    Três em cada dez abrem 24 horas por dia, e os preços variam conforme o uso: de R$ 10 por hora avulsa a R$ 1.500 por mês, em média, por um espaço para duas pessoas, com direito a usar sala de reuniões por dez horas, impressão de cópias e secretária.

    O empresário Fabricio Rocha é um dos usuários do coworking instalado neste ano num hotel em Belo Horizonte (MG). "Uso muito, pois tenho manutenção o tempo todo e fica aberto 24 horas."

    Um censo feito pela plataforma Coworking Brasil apontou a existência de 378 escritórios compartilhados em operação no país, 52% mais que no ano passado.

    Na capital mineira, dois hotéis já trocaram parte de seus apartamentos por estruturas de escritório. Um outro hotel da rede em Brasília seguirá o mesmo caminho.

    "Estamos separando uma parte dos hotéis, alguns andares inteiros ou espaços que temos, para disponibilizar o coworking, por fatores como a queda da demanda por hotel no país inteiro e a busca das pessoas por liberdade e flexibilidade", disse Bruno Guimarães, diretor de Marketing e Vendas da Vert Hotéis.

    Presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis em Minas Gerais, Patrícia Coutinho disse que, contra a crise, é necessário diversificar. "Precisamos de atividades que possam remunerar e manter os empreendimentos."

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