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    Temer fará tour internacional para tentar recuperar selo de bom pagador

    GUSTAVO URIBE
    DE BRASÍLIA

    13/07/2016 17h00 - Atualizado às 20h35

    Na tentativa de vender a imagem de que a instabilidade política do país foi superada, o presidente interino, Michel Temer, estrutura uma espécie de tour internacional com a conclusão do processo de impeachment contra Dilma Rousseff no Senado Federal, programado para o final de agosto.

    O peemedebista pediu à assessoria internacional do Palácio do Planalto que organize uma agenda de viagens a serem realizadas a partir de setembro, nas quais pretende falar com fundos de investimento e agências de risco para afirmar que a situação está normalizada no país e que investidores internacionais podem voltar a investir no Brasil.

    No esforço de retomar a credibilidade externa do país, que perdeu desde o ano passado selo de bom pagador de três agências internacionais, o presidente interino programa viagens para China, Estados Unidos, Inglaterra, Portugal, Índia, Japão, México e Argentina.

    MEDIDAS ECONÔMICAS
    Veja as principais ações do governo Temer

    No périplo mundial, pretende levar uma comitiva de ministros da área econômica para apresentar propostas e iniciativas do governo federal para retomada do crescimento, como o pacote de concessões e privatizações e a venda de terras nacionais a estrangeiros.

    O primeiro destino será a China, no início de setembro. Na sequência, dará prioridade a Estados Unidos e Inglaterra, países nos quais recebeu convites informais para palestras e encontros de investidores e companhias.

    Em fevereiro, a agência de classificação de risco Moody's foi a terceira a anunciar o rebaixamento da nota de crédito do Brasil —espécie de selo de bom pagador. Antes dela, tiraram o selo de bom pagador a Standard & Poor's e a Fitch.

    O selo de bom pagador, que é um reconhecimento de que o país é um lugar seguro para os investidores, costuma ser exigido por fundos de investimento e de pensão bilionários para aplicar em títulos de dívida de governos.

    Normalmente, eles pedem que a aplicação seja considerada grau de investimento por, pelo menos, duas das grandes agências.

    Classificação de risco

    LINHA SUCESSÓRIA

    Durante a ausência de Michel Temer, o próximo nome na linha de sucessão seria o novo presidente da Câmara dos Deputados. Com o pedido de renúncia de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), na última quinta (7), os deputados escolhem nesta quarta-feira (13) o substituto. O vencedor vai presidir a Casa apenas até fevereiro de 2017, quando um novo presidente vai ser escolhido para o mandato de dois anos.

    Os principais nomes na disputa são de Rogério Rosso (PSD-DF), favorito e aliado de Cunha, que conta com o apoio do chamado "centrão" (veja infográfico abaixo); de Marcelo Castro (PMDB-RJ), ex-ministro de Dilma Rousseff que tem apoio do PT e é visto com desconfiança pelo Planalto; Rodigo Maia (DEM-RJ), que conta com o apoio de PSDB e DEM e tenta se colocar com alternativa a Rosso; e Fernando Giacobo (PR-PR), com apoio do PR, um dos partidos do centrão, e de deputados do baixo clero espalhados em outras siglas.

    Como a votação é secreta, porém, não há garantia de que os partidos votem unidos em algum candidato. A eleição será realizada em cabines porque o painel de votação nas bancadas usadas normalmente só têm os botões "sim", "não", "branco" e "abstenção", sem nomes ou números de candidatos. As cabines também servem para garantir o sigilo do voto.

    Caso o novo presidente da Câmara não esteja apto a assumir, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e o presidente do STF, Ricardo Lewandowski, seriam os próximos na linha.

    *

    COMO SERÁ A ELEIÇÃO NA CÂMARA

    • 12h Limite para registro das candidaturas
    • 16h Início da sessão; candidatos têm dez minutos cada para discursar
    • 18h Líderes também têm direito a dez minutos de fala

    ABERTURA DAS URNAS

    • Não há definição do horário de abertura das urnas para votação
    • Após serem abertas, deputados se dirigem às cabines para votar; não há ordem definida
    • Parlamentares votam somente no cargo de presidente, o restante da Mesa Diretora não será trocado
    • Tempo da votação depende do fluxo de deputados nas cabines; prazo ainda será definido por Maranhão
    • Se um dos deputados obtiver ao menos 257 votos, é eleito

    SEGUNDO TURNO

    • Se ninguém obtiver obtiver ao menos os 257 votos, haverá segundo turno entre os dois primeiros colocados
    • Nesse caso, o segundo turno começará uma hora após o fim do primeiro turno
    • Ganha quem tiver mais da metade dos votos presentes, mesmo que esse número seja inferior a 257

    Número de deputados

    Número de deputados do "Centrão"

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