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    BC britânico deixa juros inalterados, mas sinaliza medidas em agosto

    DA REUTERS

    14/07/2016 09h31 - Atualizado às 09h59

    Niklas Halle'n/AFP
    Banco central britânico deixou inalterada a taxa de juros
    Banco central britânico deixou inalterada a taxa de juros

    O banco central britânico deixou inalterada a taxa de juros nesta quinta-feira (14), surpreendendo investidores que esperavam o primeiro corte em mais de sete anos no momento em que a economia enfrenta as consequências da decisão do Reino Unido de sair da União Europeia.

    O Banco da Inglaterra manteve a taxa básica de juros em 0,5% e disse que deve adotar algum estímulo em três semanas, possivelmente como um "pacote de medidas", assim que avaliar como a decisão no plebiscito de 23 de junho afetou a economia.

    "Na ausência de uma piora na escolha entre sustentar o crescimento e fazer a inflação voltar à meta em uma base sustentável, a maioria dos membros do Comitê espera que a política monetária seja afrouxada em agosto", disse o banco central na ata da reunião de julho, que terminou na quarta-feira (13).

    "O tamanho exato e a natureza de qualquer medida de estímulo será determinado durante a projeção e Relatório de Inflação de agosto", completou.

    A maioria dos economistas que participaram de uma pesquisa da Reuters esperava que o Banco da Inglaterra cortasse a taxa de juros para 0,25%, buscando proteger a economia do choque da decisão do Reino Unido de sair da União Europeia.

    A libra caiu mais de 13% em relação ao dólar nos dias após o referendo e trilhões de dólares foram sugados dos mercados acionários globalmente.

    Entretanto, a indicação mais rápida do que o esperado na quarta-feira de Theresa May como nova primeira-ministra britânica ajudou a acalmar o nervosismo nos mercados financeiros.

    O presidente do Banco da Inglaterra, Mark Carney, deu um claro sinal há duas semanas de que algum estímulo estava a caminho, em uma tentativa de mostrar que a economia estava em segurança enquanto a liderança política do país desmoronava após o referendo.

    Mas Carney também sugeriu que não é a favor de um forte corte nos custos de empréstimo por causa do possível impacto sobre os bancos com sede no Reino Unido. Ele disse que não quer seguir o exemplo do BCE (Banco Central Europeu) e do banco central japonês, cortando os juros para território negativo.

    Na ata publicada nesta quinta-feira, o Banco da Inglaterra disse que a composição de qualquer medida adicional de estímulo "levará em conta qualquer interação com o sistema financeiro".

    Também explicou que a extensão de qualquer medida de estímulo terá como base suas projeções atualizadas.

    O Comitê de Política Monetária elevou de 0,3% para 0,5% sua expectativa para o crescimento econômico no período entre abril e junho. Mas afirmou que o crescimento deve enfraquecer no curto prazo como resultado do plebiscito e cortou suas projeções para investimento no setor imobiliário de forma significativa, reduzindo também suas expectativas para os preços imobiliários no curto prazo.

    NOVO MINISTRO

    O novo ministro das Finanças britânico, Philip Hammond, disse nesta quinta-feira que fará o que for necessário para restaurar a confiança na economia após o "brexit", sugerindo uma abordagem menos agressiva para reduzir o deficit orçamentário.

    Nas primeiras declarações desde que sucedeu George Osborne no cargo, Hammond elogiou o presidente do banco central britânico e disse que ele vai tomar decisões ao longo do verão antes de esboçar seus planos de impostos e gastos.

    "Os mercados precisam de sinais de confiança, eles precisam saber que nós vamos fazer o que for necessário para manter a economia nos trilhos", disse Hammond no canal de televisão ITV.

    Hammond atuou previamente como ministro da Relações Exteriores, da Defesa e do Transportes.

    Em uma série de entrevistas à mídia nesta quinta-feira, ele se recusou a se comprometer com planos feitos por Osborne na esteira do referendo, incluindo propostas para fazer mais cortes nos impostos corporativos.
    Mas sugeriu que vai ter uma abordagem menos agressiva para fixar as finanças públicas, ecoando os comentários da nova premiê Theresa May.

    "Claro que temos que reduzir mais o deficit, mas avaliando como e quando e em que ritmo vamos fazer isso, e como medimos nosso progresso em fazer isso é algo que precisamos considerar tendo em vista as novas circunstâncias que a economia está enfrentando", disse à rádio "BBC".

    "Emprestar, quando o custo do dinheiro é baixo, tem grandes atrativos, mas este país já está altamente endividado", disse Hammond mais tarde à ITN, acrescentando que o governo precisa ser cuidadoso sobre quais sinais manda aos mercados.

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