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    Porta de entrada da Olimpíada, Galeão tem pior avaliação entre os grandes aeroportos

    DIMMI AMORA
    DE BRASÍLIA

    14/07/2016 12h12 - Atualizado às 18h41

    Yasuyoshi Chiba - 19.mai.2016/AFP
    View of the remodelled Terminal 2 of the Antonio Carlos Jobim, or Galeao, International Airport in Rio de Janeiro, Brazil, on May 19, 2016. / AFP PHOTO / YASUYOSHI CHIBA
    Terminal 2 do aeroporto de Galeão

    O aeroporto do Galeão (RJ), principal porta de entrada dos cerca de 1 milhão de viajantes previstos para viajar durante os Jogos Olímpicos, teve a pior avaliação entre os grandes aeroportos brasileiros no trimestre passado.

    Entre os maiores aeroportos, aqueles que recebem mais de 15 milhões de passageiros por ano estão: Brasilia, Congonhas e Guarulhos.

    A nota do Galeão numa escala de 1 a 5 foi de 3,91 numa pesquisa de avaliação feita por passageiros nos 15 maiores aeroportos do país, divulgou nesta quinta-feira (14) o Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil. A nota do Santos Dumont, o outro aeroporto da cidade que é administrado pela estatal Infraero, foi maior: 4,44.

    A nota do Galeão é praticamente a mesma do trimestre passado e abaixo da nota do mesmo período de 2015. O aeroporto mais bem avaliado do país foi novamente o de Curitiba, com nota 4,64, da Infraero. O pior foi o de Cuiabá, também da estatal, com 3,36.

    A previsão do ministério é que pelo Galeão passe a maior parte do público que vai aos jogos, incluindo atletas, trabalhadores e turistas.

    O Galeão foi privatizado em 2014 e a concessionária Rio Galeão —associação entre Odebrecht Transport (Brasil) e Changi (Cingapura)— iniciou obras de ampliação e reforma do terminal. Desde então, as notas de avaliação da pesquisa, que analisa 38 itens como tempo de espera, conforto, qualidade e preços, estão em queda.

    De acordo com o ministério, a redução da percepção de qualidade dos passageiros durante a obra é natural e ocorreu durante as obras para a Copa do Mundo com os aeroportos de Guarulhos (SP), Campinas (SP) e Brasília (DF). Após a conclusão das obras as notas melhoraram e hoje elas estão acima de 4,1 em todos eles.

    As obras do Galeão foram entregues em maio, dentro do prazo estipulado em contrato. Ficaram prontas 26 novas pontes de embarque e um novo pier com 100 mil metros quadrados, além de melhorias nos terminais já existentes.

    "Sofreu impacto da entrega do novo terminal. Foi uma quedazinha e está na margem de erro. Mas a pesquisa em andamento já mostra dados de que a satisfação está melhorando", afirmou o ministro Maurício Quintella.

    Nos aeroportos privatizados de São Paulo, as notas melhoraram em relação ao mesmo período de 2015. Em Guarulhos, a nota passou de 4,04 para 4,40, o maior crescimento registrado. Mas a nota de Guarulhos é levemente pior que a do trimestre anterior, que foi 4,44.

    Campinas subiu de 4,27 para 4,34. Já a nota de Congonhas, da Infraero, caiu de 4,17 para 3,99.

    A pesquisa ouviu 13,5 mil pessoas no período. Houve uma mudança na metodologia iniciada em 2013, com os itens de respostas sendo alterados e reduzidos de 48 para 38.

    A nota média dos 15 aeroportos saiu de 3,86 em 2013 para 4,16. O valor é acima do nível 4, que é o mínimo desejado pelo ministério para cada aeroporto, mas teve a primeira queda em relação ao trimestre anterior, quando chegou ao topo de 4,19, desde que as obras da Copa do Mundo ficaram prontas.

    RANKING DE AEROPORTOS

    Notas gerais de satisfação do passageiro (de 1 a 5) em cada aeroporto:

    1. Curitiba: 4,64
    2. Santos Dumont: 4,44
    3. Guarulhos: 4,40
    4. Recife: 4,36
    5. Campinas: 4,34
    6. Fortaleza: 4,28
    7. Manaus: 4,24
    8. Confins: 4,20
    9. Natal: 4,20
    10. Porto Alegre: 4,18
    11. Brasília: 4,11
    12. Congonhas: 3,99
    13. Galeão: 3,91
    14. Salvador: 3,76
    15. Cuiabá: 3,36

    GREVE

    O ministro afirmou que a greve dos Auditores Fiscais da receita, iniciada nesta quinta-feira, preocupa por causa dos problemas que pode causar aos passageiros. Segundo ele, os servidores estão em negociação com o ministério do Planejamento que tenta resolver o problema.

    "Espero que isso se resolva o mais rápido possível para não ter impacto nas Olimpíadas", afirmou Quintella.

    Sobre o anúncio do presidente Michel Temer de que pode conceder os aeroportos de Congonhas e Santos Dumont, Quintella afirmou que um novo modelo está sendo discutido, mas ele não vai poder prejudicar ainda mais a saúde financeira da Infraero.

    Para ele, é preciso encontrar um equilíbrio para não prejudicar ainda mais a empresa que, na opinião dele, deve ser fortalecida. O ministro criticou o modelo anterior de concessão, em que a Infraero ficou como sócia em 49%, mas recebeu a obrigação de ficar com todos os funcionários, deixando a empresa com prejuízo de R$ 5 bilhões em dois anos.

    "O modelo anterior foi equivocado. Gerou obrigações que desequilibraram a saúde financeira da empresa. Mas não há decisão [sobre privatizar]", afirmou o ministro afirmando que a primeira reunião do PPI (Programa de Parceria em Investimentos) poderá ocorrer entre o fim deste mês e o início do próximo. "É preciso ter todo cuidado do mundo, principalmente com as notícias".

    O ministro afirmou que, neste ano, 1.400 funcionários da empresa devem aderir a um programa de demissão voluntária e que está em estudos para as próximas concessões colocar uma obrigação da empresa para injetar dinheiro para demitir os funcionários.

    Em relação à Medida Provisória aprovada recentemente que abriu a possibilidade de estrangeiros terem até 100% do capital de empresas aéreas nacionais (antes era 20%), Quintella afirmou que ela ainda não foi sancionada pelo presidente.

    Segundo ele, o compromisso do governo com os senadores de vetar o aumento do percentual está mantido porque o objetivo é permitir que o Senado discuta a matéria, o que não foi possível porque a MP chegou ao plenário no último dia antes de perder a validade. Mas ele afirmou que o compromisso do governo continua sendo abrir totalmente o mercado para a participação de estrangeiros.

    OUTRO LADO

    A concessionária RioGaleão informou que em pesquisa própria realizada mensalmente por obrigação contratual, a nota dada em junho para o aeroporto foi de 4,00, a maior desde que a empresa começou as pesquisas, em janeiro de 2015. A nota máxima é 5. O trabalho é realizado pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas).

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