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    Previdência

    Ministro da Casa Civil diz que governo "não quer saber" de elevar imposto

    DE SÃO PAULO

    14/07/2016 21h15

    Evaristo Sá - 1.jun.2016/AFP
    Eliseu Padilha (à esquerda) e Michel Temer (à direita); ministro afirmou não querer novos impostos
    Eliseu Padilha (à esquerda) e Michel Temer (à direita); ministro afirmou não querer novos impostos

    O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, afirmou que as "medidas impopulares" que o presidente interino vai adotar serão um "pente fino" nas despesas.

    "Já foi anunciado que nós passamos um pente fino no seguro-desemprego e no auxílio doença em que vamos economizar R$ 7 bilhões por ano, quiçá, mais de R$ 10 bilhões. São medidas de justiça. Mas algumas pessoas que perderão esse benefício, embora indevido, não vão ficar contentes", afirmou o ministro após encontro com executivos e empresários nesta quinta-feira (14), na sede da Abdib (Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base), em São Paulo.

    Padilha disse que o governo "não quer saber" de aumento de imposto "antes de se esgotarem todas as possibilidades internamente". Antes, é preciso passar um pente fino para reduzir a despesa, aumentar a receita e ter parceiras com o setor privado, segundo Padilha, que também conta com aumento de receita proporcionado por uma retomada na economia.

    "E houve um fato novo, o mercado começa a dar sinais de que o PIB vai ser superior ao estimado. Mas por enquanto, a ordem do presidente é: 'não me fale em imposto'", disse o ministro.

    Padilha disse que o governo está estudando o combate de fraudes cometidas contra benefícios do Bolsa Família e seguro-defeso (dado a pescadores).

    "Há pessoas que acabam recebendo por um trabalho que não têm. Por exemplo, no seguro-defeso, nós já temos amostragem de que há muitos casos de pagamento a quem não é pescador", exemplificou Padilha, antes de citar outro caso "pessoal", em que uma empregada doméstica pediu ao ministro que não assinasse a carteira de trabalho dela.

    Não há cálculos precisos do rombo provocado por fraudes, mas há estimativas do governo de que em um grupo de 10 mil beneficiários do Bolsa Família havia "anomalias", segundo o ministro, em cerca de 13% a 14%.

    Antes de tomar medidas de elevação de impostos, Padilha disse que o governo pretende aumentar as receitas e buscar dinheiro de outorgas.

    "Dificilmente vai ter aumento de tributos. Quando se tem R$ 170 bilhões de deficit e se tem que cobrir isso, é óbvio que a primeira ideia que surge para todo mundo é arrecadar. Mas nós entendemos que, primeiro, temos que fazer a nossa parte: colocar a casa em ordem, passar pente fino, estimular a receita."

    O ministro voltou a afirmar que pretende passar até o final do ano, por ordem de prioridade, as reformas da Previdência, a trabalhista, a tributária e a política. No caso da reforma previdenciária, Padilha reiterou que o governo não tem uma proposta específica e que espera consenso com as entidades sindicais.

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