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    Analistas veem horizonte favorável para dividendos no segundo semestre

    EULINA OLIVEIRA
    DE SÃO PAULO

    18/07/2016 02h00

    Mathias Cramer/temporealfoto.com
    Planta da petroquímica Braskem, em Triunfo (RS)
    Planta da petroquímica Braskem; ações tiveram bom retorno no 1º semestre

    Muitas vezes o objetivo do investidor em ações é só o ganho que se pode ter com sua valorização na Bolsa, ao vendê-las quando o preço sobe.

    Outra maneira de obter retorno nesse mercado, e de uma forma menos arriscada, é por meio de recebimento de proventos (dividendos ou juros sobre capital próprio). Essa é a forma como as empresas distribuem parte do lucro aos acionistas.

    Segundo analistas, este segundo semestre é um momento propício para o investidor montar uma carteira de dividendos visando acumular patrimônio. As expectativas são de retomada da confiança na economia e dos investimentos, o que deve melhorar gradativamente os balanços das companhias. Assim, os lucros devem aumentar, engordando os dividendos, consequentemente.

    OS MAIORES RETORNOS NO 1º SEMESTRE - Ações do setor de energia se destacam como bons pagadores de dividendos

    O Ibovespa, principal índice da Bolsa paulista, já subiu mais de 27% neste ano, e a expectativa é que avance ainda mais, caso o impeachment de Dilma Rousseff se confirme e os Estados Unidos não subam os juros no curto prazo, entre outros fatores.

    As apostas são que, ao deixar a interinidade, Michel Temer consiga implementar as reformas necessárias para recuperar a economia.

    "Quem quer investir em ações mirando os dividendos precisa ter um perfil de longo prazo e buscar empresas com bons fundamentos, que tragam retornos crescentes", diz Raphael Figueiredo, analista da Clear Corretora. "E o momento para fazer isso é muito bom, diante da melhora das expectativas."

    Figueiredo diz que, contra essa estratégia, pesa o cenário de juros altos no país, que tornam a renda fixa mais atrativa. "Mas, com a perspectiva de queda da inflação, os juros tendem a cair, e o recebimento constante de dividendos pode trazer retornos consideráveis ao longo do tempo."

    De olho nos dividendos

    A taxa de retorno dos dividendos, chamada de "dividend yield" em inglês, é obtida pela divisão do valor do provento pelo preço da ação. O resultado é multiplicado por 100 para obter a porcentagem. Por exemplo, se o provento é de R$ 3, e a ação vale R$ 30, o "dividend yield" é de 10%.

    A estratégia ideal, segundo analistas, é garantir o recebimento constante de dividendos e reinvesti-los na compra de mais ações, de forma a ampliar o patrimônio. Ou seja, quanto mais ações, mais dividendos.

    "É um investimento que pode ser usado como complemento da aposentadoria ou para pagar a faculdade do filho, ", diz Pedro Galdi, analista-chefe da Upside Investor.

    CUIDADOS

    O investidor, no entanto, deve ter certos cuidados antes de montar uma carteira de dividendos. Segundo especialistas, é importante não investir em uma única empresa, nem em um único setor, para diluir o risco.

    É recomendável saber o histórico da companhia e qual a política e a frequência de pagamento dos proventos. É preciso acompanhar o desempenho da empresa. Se houver sinais de que algo não vai bem, é melhor se desfazer da ação. "O ideal é contar com a ajuda de uma consultoria", diz Galdi.

    Especialistas aconselham a escolha de empresas com baixo endividamento e forte geração de caixa.

    Entre os setores que costumam pagar dividendos com maior retorno estão empresas de serviços públicos, principalmente as de energia elétrica, mesmo com as dificuldades que enfrenta. "As elétricas sofreram nos últimos anos com a ingerência política, mas a tendência agora, com a mudança de governo, é que o setor se recupere", diz Figueiredo, da Clear.

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