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    Dólar sobe com exterior negativo e ação do BC, mas Bolsa tem leve alta

    EULINA OLIVEIRA
    DE SÃO PAULO

    19/07/2016 12h22

    O retorno das preocupações em relação a uma desaceleração da economia global e resultados corporativos ruins pressionam os mercados no exterior. Bolsas e as commodities recuam, e o dólar volta a ganhar força.

    No Brasil, a moeda americana também avança, para a casa dos R$ 3,27, acompanhando o cenário externo negativo e influenciado também por mais uma ação do Banco Central no câmbio. O Ibovespa, entretanto, tem leve alta, com o avanço das ações da Petrobras e as expectativas otimistas para a economia brasileira.

    O FMI (Fundo Monetário Nacional) melhorou suas perspectivas para a economia brasileira em 2016 e 2017. Na revisão de seu relatório "Perspectiva Econômica Global", divulgado nesta terça-feira, o FMI passou a ver contração do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro de 3,3% em 2016, contra retração de 3,8% estimada em abril. Para 2017, a perspectiva é de recuperação, com crescimento de 0,5%, contra estagnação projetada anteriormente.

    Para a economia global, no entanto, o Fundo cortou sua previsão de crescimento para os próximos dois anos, citando a incerteza com o brexit, a decisão do Reino Unido de sair da União Europeia. A mudança incluiu uma redução de quase um ponto percentual na previsão de crescimento do Reino Unido para 2017.

    Reduzindo suas projeções pela quinta vez em 15 meses, o FMI disse que, agora, espera um crescimento do PIB mundial de 3,1% em 2016 e de 3,4% em 2017 —queda de 0,1 ponto percentual para cada ano em relação às estimativas divulgadas em abril.

    Voltando ao cenário doméstico, os investidores aguardam ainda o anúncio de medidas de estímulos econômicos e de bloqueio de despesas da União em 2016 pelo presidente interino, Michel Temer.

    CÂMBIO E JUROS

    A moeda americana à vista subia há pouco 0,74%, a R$ 3,2749, enquanto o dólar comercial avançava 0,80%, a R$ 3,2760.

    DÓLAR
    Saiba mais sobre a moeda americana
    NOTAS DE DÓLAR

    O BC realizou nesta manhã mais um leilão de 10.000 contratos de swap cambial reverso, equivalente à compra futura de dólares, no montante de US$ 500 milhões. Assim, a autoridade monetária reduziu seu estoque de swap cambial tradicional, que corresponde à venda futura da moeda americana, para US$ 56,635 bilhões.

    No mercado de juros futuros, o contrato de DI para janeiro de 2017 recuava de 13,880% para 13,875%. O contrato de DI para janeiro de 2021 subia de 11,950% para 12,030%, impactado pela alta do dólar.

    O mercado aguarda o resultado da reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central, nesta quarta-feira (20). As estimativas são de manutenção da taxa básica de juros (Selic) em 14,25% ao ano.

    O CDS (credit default swap) brasileiro de cinco anos, espécie de seguro contra calote, recuava 0,06%, aos 290,959 pontos.

    BOLSA

    O Ibovespa opera com volatilidade, mas subia há pouco 0,12%, aos 56.550,11 pontos, podendo emplacar a 10ª alta consecutiva ao final da sessão.

    As ações da Petrobras ganhavam 2,25%, a R$ 11,81 (PN), e 1,53%, a R$ 13,87 (ON), apesar da queda do petróleo no mercado internacional.

    Os papéis da Vale perdiam 3,40%, a R$ 13,60 (PNA), e 5,29%, a R$ 16,65 (ON), seguindo o recuo do minério de ferro na China.

    No setor financeiro, Itaú Unibanco PN perdia 0,41%; Bradesco PN, -0,89%; Banco do Brasil ON, +2,55%; Santander unit, -0,05%; e BM&FBovespa ON, -1,08%.

    EXTERIOR

    Dados de construção de novas casas nos Estados Unidos em junho acima do esperado ajudam a impulsionar o dólar frente às demais moedas.

    Na Bolsa de Nova York, o índice S&P 500 perdia 0,21%, e o Dow Jones, -0,03%. O índice Nasdaq recuava 0,25%, pressionado pelo balanço do segundo trimestre da Netflix.

    Na Europa, a queda das ações de mineradoras puxava os índices para baixo.

    A Bolsa de Londres operava em alta de 0,03%; Paris perdia 0,77%; Frankfurt, -0,87%; Madri, -0,51%; e Milão, -0,65%.

    Na Ásia, as Bolsas chinesas recuaram com temores de que a recuperação no setor imobiliário esteja perdendo força, ampliando as incertezas sobre a economia chinesa. O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, recuou 0,42%, enquanto o índice de Xangai teve queda de 0,24%.

    A maioria dos mercados no restante da Ásia também caiu, mas o índice japonês Nikkei fechou em alta de 1,37%, na volta do feriado local desta segunda-feira.

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