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    Bolsa avança pelo 10º pregão seguido, apesar de exterior negativo; dólar sobe

    EULINA OLIVEIRA
    DE SÃO PAULO

    19/07/2016 17h56

    Daniel Marenco - 4.ago.2011/Folhapress
    Temores de desaceleração global e resultados corporativos ruins pressionaram Bolsas

    As preocupações em relação a uma desaceleração da economia global voltaram a pesar sobre os mercados, que também foram pressionados por resultados corporativos ruins e pela queda das commodities. Com o menor apetite dos investidores por risco, o dólar se fortaleceu globalmente.

    A moeda americana subiu ante o real, acompanhando o movimento no exterior, mas reduziu a valorização ao final da sessão, no caso do dólar comercial. As cotações também foram influenciadas por mais uma ação do Banco Central no câmbio.

    O Ibovespa, no entanto, resistiu ao cenário externo negativo e fechou com ganho. Desta forma, completou dez pregões seguidos de alta.

    As ações ON do Banco do Brasil subiram 4,85%, com especulações sobre vendas de ativos. Os papéis da Petrobras também terminaram no campo positivo, pelos mesmos motivos, apesar da queda do petróleo no mercado internacional.

    Contribuiu para o bom humor local o fato de o FMI (Fundo Monetário Nacional) ter melhorado suas perspectivas para a economia brasileira em 2016 e 2017.

    Na revisão de seu relatório "Perspectiva Econômica Global", divulgado nesta terça-feira, o FMI passou a ver contração do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro de 3,3% em 2016, contra retração de 3,8% estimada em abril. Para 2017, a perspectiva é de recuperação, com crescimento de 0,5%, contra estagnação projetada anteriormente.

    Para a economia global, no entanto, o Fundo cortou sua previsão de crescimento para os próximos dois anos, citando a incerteza com o brexit, a decisão do Reino Unido de sair da União Europeia. A mudança incluiu uma redução de quase um ponto percentual na previsão de crescimento do Reino Unido para 2017.

    Voltando ao cenário doméstico, os investidores aguardam o anúncio de medidas de estímulos econômicos e de bloqueio de despesas da União em 2016 pelo presidente interino, Michel Temer.

    BOLSA

    O principal índice da Bolsa paulista fechou em alta de 0,38%, aos 56.698,06 pontos, renovando mais uma vez a pontuação máxima em 14 meses. O giro financeiro foi de R$ 7,1 bilhões.

    São dez sessões seguidos de alta do Ibovespa, com um ganho acumulado de 9,37% nesse período. Segundo analistas, a valorização do índice embute a perspectiva de melhora da economia brasileira.

    As ações ON do Banco do Brasil tiveram valorização de 4,85%, a R$ 20,93. As ações da Petrobras também subiram, apesar do recuo do petróleo. O papel PN da estatal de petróleo ganhou 1,99%, a R$ 11,78, e o ON subiu 1,24%, a R$ 13,83.

    "Os papéis do Banco do Brasil e da Petrobras subiram com as expectativas de que essas estatais venderão ativos", comentou um operador do mercado financeiro.

    As ações ON da JBS lideraram as altas do índice, com +6,77%.

    Os papéis da Vale recuaram 2,84%, a R$ 13,68 (PNA), e 4,20%, a R$ 16,84 (ON), com a queda do minério de ferro na China e das ações de mineradoras no exterior.

    Com exceção do Banco do Brasil, outras ações do setor financeiro recuaram: Itaú Unibanco PN perdeu 0,58%; Bradesco PN, -0,38%; Santander unit, -0,56%; e BM&FBovespa ON, -0,83%.

    CÂMBIO E JUROS

    O dólar à vista fechou em alta de 0,64%, a R$ 3,2717. O dólar comercial, que fecha mais tarde, ganhou 0,27%, para R$ 3,2590, após ter atingido a máxima de R$ 3,2870 durante o pregão.

    Além do cenário externo negativo, o câmbio foi influenciado pelo leilão de 10.000 contratos de swap cambial reverso realizado nesta manhã pelo Banco Central, no montante de US$ 500 milhões. Assim, a autoridade monetária reduziu seu estoque de swap cambial tradicional, que corresponde à venda futura da moeda americana, para US$ 56,635 bilhões.

    DÓLAR
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    NOTAS DE DÓLAR

    No mercado de juros futuros, o contrato de DI para janeiro de 2017 recuou de 13,880% para 13,865%; o contrato de DI para janeiro de 2021 subiu de 11,950% para 11,990%, influenciado pela alta do dólar.

    Os investidores aguardam a conclusão da reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central, nesta quarta-feira (20). As estimativas são de manutenção da taxa básica de juros (Selic) em 14,25% ao ano, mas o comunicado a ser divulgado após o encontro pode dar pistas sobre os próximos passos do Copom.

    O CDS (credit default swap) brasileiro de cinco anos, espécie de seguro contra calote e indicador de percepção de risco, caía 0,59%, aos 289,413 pontos. É o menor patamar desde 30 de julho do ano passado (287,139 pontos).

    EXTERIOR

    Na Bolsa de Nova York, o índice S&P 500 perdeu 0,14%, e o Dow Jones subiu 0,14%. O índice Nasdaq recuou 0,38%.

    As ações da Netflix recuaram 13%, após o balanço do segundo trimestre ter mostrado aumento da base de assinantes aquém do esperado, pressionado o S&P 500 e o Nasdaq.

    Na Europa, a queda das ações de mineradoras puxaram os índices para baixo. A Bolsa de Londres terminou o pregão em alta de 0,03%; Paris, -0,63%; Frankfurt, -0,81%; Madri, -0,46%. e Milão, -0,53%.

    Na Ásia, as Bolsas chinesas recuaram com temores de que a recuperação no setor imobiliário esteja perdendo força, ampliando as incertezas sobre a economia chinesa. O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, recuou 0,42%, enquanto o índice de Xangai teve queda de 0,24%.

    A maioria dos mercados no restante da Ásia também caiu, mas o índice japonês Nikkei fechou em alta de 1,37%, na volta do feriado local desta segunda-feira (18)

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