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    Banco Central tem plena autonomia para definir juros, diz Temer

    VALDO CRUZ
    GUSTAVO URIBE
    DE BRASÍLIA

    20/07/2016 15h38

    Preocupado em afastar a imagem de que seu governo estaria pressionando por uma queda dos juros, o presidente interino, Michel Temer (PMDB-SP), disse que o "Banco Central tem plena autonomia para definir a taxa de juros".

    Por meio de assessores, Temer afirmou ainda que "a política monetária tem como prioridade o combate a inflação e este é o objetivo central do meu governo".

    Os comentários do presidente foram feitos nesta quarta-feira (20), dia em que o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central está reunido e irá divulgar sua decisão sobre a taxa de juros. A expectativa do mercado é que ela seja mantida em 14,25% ao ano, na primeira reunião comandada pelo novo presidente do BC, Ilan Goldfajn.

    Nos últimos dias, o próprio presidente interino vinha manifestando, em entrevistas, seu desejo de que a taxa de juros fosse reduzida. Ele chegou, inclusive, a dizer que havia pedido à equipe econômica avaliar a possibilidade de uma redução dos juros.

    Nesta quarta-feira, o ministro Eliseu Padilha (Casa Civil) também falou sobre o assunto. Durante entrevista no Palácio do Planalto, ao ser questionado sobre a reunião do Copom de hoje, ele afirmou: "O presidente interino vê com muito bons olhos [a redução de juros], mas a palavra final neste caso é do Banco Central".

    Durante o governo Dilma, a presidente afastada pressionava o Banco Central a reduzir a taxa de juros, o que comprometeu a credibilidade da instituição e contribuiu para prejudicar o combate à inflação. O mercado, no período da petista, avaliava que o BC não tinha autonomia necessária para praticar sua política monetária.

    Temer assumiu com o compromisso de fortalecer sua equipe econômica. Seus comentários sobre a taxa de juros, manifestando seu desejo de corte na taxa Selic, não chegaram a gerar turbulências no mercado, como ocorria no governo da petista.

    Nesta quarta, porém, o próprio presidente interino avaliou que os comentários do seu governo sobre o assunto poderiam prejudicar os trabalhos do BC e decidiu divulgar que o banco tem "plena autonomia para definir a taxa de juros".

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