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    Após preços subirem 700%, TCU suspende licitação da Telebras

    DIMMI AMORA
    DE BRASÍLIA

    21/07/2016 19h00

    Sergio Lima/Folhapress,
    BRASILIA, DF, BRASIL, 13-08-2014: Posse do novo ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas, toma posse no cargo no Plenário do tribunal de Contas em Brasília. A Ministra Ana Arres introduziu o novo ministro no plenário antes de saber sobre a queda do avião, em Santos, no estava a bordo seu filho e candidato à Presidência pelo PSB, Eduardo Campos. (Foto: Sergio Lima/Folhapress, PODER) --- Ana Arraes
    A ministra Ana Arres participa da cerimônia de posse do ministro do TCU, Bruno Dantas

    Uma licitação para compra de equipamentos da Telebras, estatal de telecomunicações, cujos preços aumentaram mais de 700% entre um ano e outro, foi suspensa pelo TCU (Tribunal de Contas da União) nesta quinta-feira (21).

    De acordo com despacho do ministro Bruno Dantas, a compra de "elementos de comunicação na rede de banda larga em banda Ka a ser implementada com o Satélite Brasileiro Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas - SGDC" não deve ter seu contrato assinado com os vencedores da concorrência até que o tribunal analise os dados solicitados à estatal.

    Na quarta-feira, o governo trocou o presidente do órgão, Jorge Bittar, ex-deputado pelo PT, por Antonio Loss, executivo do setor que já trabalhou na Oi.

    O Brasil está construindo um satélite para fazer comunicações. Após o escândalo de espionagem americana sobre agentes públicos brasileiros, o governo decidiu fazer um satélite próprio com sua estatal, o que está sendo construído na França. O Brasil tem que construir aqui estações terrenas para gerenciar esse equipamento e a licitação era para comprar antenas para esse trabalho.

    A suspeita do TCU, que agiu após denúncia de um dos concorrentes, é que o aumento de preço seria injustificado, a licitação teria sido vendida por empresa que não poderia participar da disputa e que tinha entre seus integrantes um ex-dirigente da própria estatal.

    De acordo com os documentos apresentados pelo órgão de controle, a Telebras tentou fazer a compra desses equipamentos no ano passado. Três empresas disputaram dois lotes da concorrência.

    A vencedora do primeiro lote, a Advantech, apresentou oferta de R$ 53 milhões. O lote dois teve como menor preço a oferta do Consórcio EMC, pelo valor de R$ 1,4 milhão. Os valores, ofertados em dezembro do ano passado, chegariam então a R$ 54,4 milhões.

    De acordo com o TCU, as duas empresas teriam pedido renegociação dos valores após a disputa e não teriam assinado os contratos, o que fez a licitação de 2015 ser cancelada pela Telebras.

    Uma nova disputa foi iniciada em junho deste ano e teve como concorrentes as mesmas três companhias. Mas, dessa vez, os valores ofertados foram muito superiores. No primeiro lote, o valor da menor oferta foi de R$ 86,4 milhões e no segundo, R$ 329,8 milhões. O valor total chega portanto a R$ 416,2 milhões, mais de sete vezes o valor inicial. Os dois foram vencidos pela EMC.

    O TCU pediu para a Telebras explicar se houve e qual a necessidade para a mudança nos equipamentos num prazo de tempo tão pequeno.

    Segundo a assessoria da Telebras, a empresa não foi notificada ainda do TCU, mas não há contrato assinado com a empresa que apresentou a menor oferta.

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