• Mercado

    Saturday, 27-Apr-2024 12:59:42 -03

    Negócios inovadores facilitam vida de quem busca compartilhar habilidades

    TONI SCIARRETTA
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

    24/07/2016 02h00

    Karime Xavier/Folhapress
    SÃO PAULO / SÃO PAULO / BRASIL -13 /07/16 - :00h - STARTUPs. LORRANA SCARPIONI - SOLUÇÃO DE ECONOMIA. ( Foto: Karime Xavier / Folhapress). ***EXCLUSIVO***ESPECIAL
    Lorrana Scarpioni, fundadora da plataforma Bliive

    Quanto custa uma hora do seu trabalho? Na rede social Bliive, 60 minutos livres da faxineira valem a mesma coisa que igual espaço de tempo livre do presidente da empresa.

    É o período que a pessoa dispunha para ir ao cinema, ficar com os filhos ou dormir antes de iniciar o dia, mas preferiu oferecer a alguém em troca do mesmo tempo de dedicação de outra pessoa.

    Como a Bliive, várias start-ups brasileiras fazem sucesso com compartilhamento de tempo, de experiência e de talento entre os usuários.

    Na Bliive, a moeda é a hora de prestação de serviço. A maioria troca 60 minutos de conversação em inglês por uma hora de aula de violão. Há também o intercâmbio de passeador de cães, arrumador de gavetas, personal trainer, bordadeira, fotógrafo...

    As trocas não precisam ser recíprocas: quem dá uma hora de trabalho tem direito de usufruir do mesmo período de tempo de trabalho de qualquer outra pessoa.

    Em dois anos, a start-up conseguiu atingir 120 mil usuários e se espalhar em 150 países, permitindo a troca de quase 100 mil horas de serviço. Atualmente é a maior rede colaborativa de troca de tempo do mundo. Além disso, recebeu quatro prêmios internacionais.

    A Bliive teve o apoio de dois investidores e já se paga com a receita de patrocinadores e da customização da plataforma para empresas. Os usuários não pagam nada.

    "Estimulamos a pessoa a oferecer aquilo que sabe fazer de melhor e com prazer", diz Lorrana Scarpioni, 25, fundadora da plataforma. Ela conta que iniciou o serviço aos 21 anos, quando ainda estudava direito e relações públicas no Paraná.

    Outras start-ups trocam o tempo dos usuários por dinheiro. A Encontre um Nerd reúne 9.500 profissionais de tecnologia que oferecem a manutenção de computadores e de redes de informática.

    O cliente agenda a manutenção no mesmo dia, pagando a partir de R$ 100 por hora. A plataforma fica com 30% dos honorários e gera em média R$ 370 mil mensais para os profissionais cadastrados.

    A empresa começou há dois anos como um blog, participou de programas de empreendedorismo e recebeu apoio de seis investidores.

    "O profissional de tecnologia, o típico nerd, não gosta de ficar atrás de cliente. Fazemos isso para ele", diz Bruno Okamoto, 27, fundador.

    No caso da start-up Fleeber, que tem 50 mil usuários, o talento trocado é o musical. Começou aproximando músicos para a formação de bandas. Hoje, ajuda também a encontrar local para tocar e a comprar equipamento.

    "Queremos ser um Facebook da música", afirma o guitarrista Ramon Canales, 33, fundador do Fleeber, que tem como sócio o músico Di Ferrero, da banda NX Zero.

    Formado em engenharia mecatrônica, Canales deixou há quase dois anos a carreira no mercado financeiro para se dedicar em tempo integral ao Fleeber.

    O site, que não cobra dos usuários, vive de publicidade e agora busca investidores profissionais para ampliar o negócio.

    NOVOS TALENTOS

    A Sou Genial caça talentos para seus clientes, atualmente 34 empresas. Para isso, a plataforma cria projetos patrocinados, como concursos e desafios voltados a estudantes e recém-formados de até 30 anos.

    Quem apresentar o melhor trabalho recebe prêmio em dinheiro, conhece os executivos da empresa promotora do desafio e pode até descolar estágio ou vaga.

    Por exemplo: o hospital Albert Einstein bancou um concurso direcionado a arquitetos da área médica, com o objetivo de desenvolver um quarto mais confortável para pacientes que ficam muito tempo internados.

    A multinacional Nestlé queria ideias de produtos e ingredientes pré-preparados para fazer as pessoas muito atarefadas cozinharem.

    "Ajudamos essas empresas a buscar pessoas que pensam fora da caixa", afirma Rita Oliveira, 26, fundadora da start-up.

    Formada em administração, Oliveira trabalhava em uma empresa de consultoria de inovação que fazia trabalho semelhante.

    Quando a firma fechou, em 2015, ela decidiu formar a própria empresa com o mesmo modelo de negócio, levando para a plataforma vários clientes.

    A empresa já consegue cobrir os custos de operação e busca investidores para expansão. A expectativa é que fature entre R$ 500 mil e R$ 1 milhão neste ano.

    Edição impressa
    [an error occurred while processing this directive]

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024