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    Gestão de Marissa Mayer no Yahoo! foi marcada por resultados contraditórios

    DO "FINANCIAL TIMES"

    26/07/2016 11h00

    Pascal Lauener/Reuters
    Marissa Mayer teve gestão controversa à frente do Yahoo
    Marissa Mayer teve gestão controversa à frente do Yahoo

    Quando Marissa Mayer chegou ao Yahoo! para seu primeiro dia como presidente-executiva, foi recebida por cartazes que decoravam o saguão, mostrando seu rosto e a palavra "esperança".

    O Yahoo! já estava em dificuldade, com seus negócios publicitários ameaçados pela ascensão do Google e Facebook, e Mayer representava o futuro. Pouca gente teria previsto —ou muito menos esperado— que quatro anos mais tarde Mayer viesse a presidir ao fim da vida do Yahoo como empresa independente.

    Oriunda de Wisconsin, filha de um engenheiro e uma professora de arte, Mayer estudou ciência da computação na Universidade Stanford e em 1999 foi contratada pelo Google. A empresa na época era uma start-up, e Mayer foi sua 20ª funcionária.

    Ela subiu na hierarquia até chegar ao posto de vice-presidente do Google, trabalhando em diversas áreas de produtos, entre as quais a aparência minimalista da área de buscas do serviço.

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    Quando o conselho do Yahoo! a selecionou para comandar a companhia, em 2012, essa já sofria intensa pressão de acionistas ativistas que acreditavam que o desempenho da empresa fosse inferior ao desejável.

    Mayer começou por descartar os planos de recuperação adotados sob o comando de seu predecessor, que incluíam demissões em larga escala, e em lugar disso tomou por foco enxugar a oferta de produtos do Yahoo! e melhorar o moral dos funcionários.

    Ela fez uma série de aquisições agressivas cujo objetivo era ajudar o Yahoo! a concorrer em uma nova era da publicidade on-line. Elas tiveram resultados contraditórios. Sua maior transação —a tomada de controle do Tmblr por US$ 1,1 bilhão em 2013— resultou na necessidade de contabilizar prejuízos de mais de US$ 700 milhões, porque as receitas esperadas não se materializaram.

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    Uma de suas mais ousadas decisões surgiu em janeiro do ano passado, quando Mayer anunciou que o Yahoo! promoveria a cisão de sua participação acionária na Alibaba, gigante do comércio eletrônico chinês, então avaliada em mais de US$ 30 bilhões.

    A decisão foi recebida positivamente pelos acionistas ativistas que vinham pressionando por uma manobra como essa, mas a separação não conseguiu consideração favorável das autoridades tributárias, o que levou o Yahoo! a reconsiderar sua estratégia.

    Um ano mais tarde, Mayer anunciou que a empresa estava considerando a estratégia oposta —cindir as atividades operacionais do Yahoo! e criar uma companhia separada—, como uma possibilidade de obter um resultado tributário melhor.

    Por muito tempo entusiasta de manter o Yahoo como empresa independente, ao que se diz Mayer teria relutado em considerar uma venda da empresa, e o conselho estabeleceu um comitê independente para comandar o processo de leilão.

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    No entanto, na segunda-feira Mayer enfatizou os benefícios do acordo com a Verizon. "A transação não me afeta pessoalmente", ela disse ao "Financial Times". "Sou otimista, sou futurista. Gosto de me concentrar nos aspectos positivos".

    Um desses aspectos positivos pode ser seu lucrativo acordo de remuneração. Ela receberá indenização de US$ 55 milhões caso seja removida da presidência executiva da companhia nos primeiros 12 meses da venda.

    Mayer insiste em que planeja continuar no Yahoo!, e conduzir a companhia em sua transição. Pessoas bem informadas na Verizon, porém, duvidam de que ela venha a ter um papel executivo garantido no grupo de telecomunicações.

    Tradução de PAULO MIGLIACCI

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