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    o brasil que dá certo - energia renovável

    Fornecedores de energia renovável agora apostam na exportação

    MACHADO DA COSTA
    DE BRASÍLIA

    28/07/2016 02h00

    Com a diminuição de novos projetos de energia renovável, as empresas que se firmaram no Brasil como fabricantes de geradores eólicos e de painéis fotovoltaicos agora apostam no dólar alto para começar a exportar.

    Enquanto havia grande demanda por esses equipamentos, quase uma dezena de companhias, em sua maioria estrangeiras, se instalaram no país para aproveitar a onda de investimentos no setor.

    No entanto, com a redução do número de leilões e a acomodação do número de pedidos de novos geradores, as empresas estão buscando alternativas.

    "O Brasil tinha uma demanda acima do que o mercado conseguia atender. Agora, estamos em um declínio de contratações. A exportação será uma necessidade para a cadeia atual", afirma João Paulo da Silva, diretor de eólicas da WEG.

    Segundo dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, neste ano ainda não foi exportado um único gerador.

    Para o setor mudar esse panorama, o câmbio precisa continuar acima de R$ 3 por dólar (hoje está na casa de R$ 3,3). Com esse valor, dizem, há espaço para as empresas brasileiras exportarem os geradores —exceto para o mercado da China, onde a competição é acirrada.

    SOLAR

    A geração solar no país vive um momento diferente da eólica. Enquanto os cata-ventos começaram a viver seus momentos de glória no fim da década passada, a solar começa a ganhar competitividade.

    Assim, novas empresas estão se instalando no país para aproveitar os leilões do governo dedicados a essa fonte —estratégia que já funcionou no passado com as eólicas.

    Dessa forma, primeiramente, as empresas precisam se instalar, atender a demanda doméstica e, com a acomodação, se preparar para exportar. O governo brasileiro espera investimentos de até R$ 100 bilhões no setor até 2030.

    "Estamos ainda na fase de atração de investimentos, na atração de fábricas", afirma Rodrigo Sauaia, presidente-executivo da Absolar.

    Segundo ele, para consolidar a geração de painéis e inversores fotovoltaicos, o setor conta apenas com o apoio da política de conteúdo nacional do BNDES –para conseguir financiamento do banco, o projeto precisa ter um conteúdo mínimo de equipamentos nacionais. Falta mais incentivo, diz.

    "É preciso alinhar a política do setor energético para os fabricantes de geradores solares. Alguns produtos têm uma carga tributária de até 50%", diz.

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