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    Dólar e Bolsa têm leves altas; BC dos EUA traz alívio, mas petróleo pesa

    EULINA OLIVEIRA
    DE SÃO PAULO

    27/07/2016 17h40

    Fernanda Carvalho/ Fotos Públicas
    Dólar perdeu força após comunicado do Fed, mas petróleo pesou sobre o câmbio

    A percepção de que o Fed (Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos) só deverá aumentar os juros a partir de dezembro trouxe alívio ao mercado financeiro, mas a forte queda do petróleo impediu uma reação mais positiva. O dólar fechou em leve alta ante o real, enquanto o Ibovespa teve uma pequena elevação, pressionado pelos papéis da Petrobras.

    Conforme esperado, o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Fed manteve nesta quarta-feira (27) a taxa básica de juros entre 0,25% e 0,50%. No comunicado divulgado após a reunião de política monetária, o Fed ressaltou que os riscos de curto prazo à economia dos Estados Unidos diminuíram, ressaltando que a economia vem crescendo em um ritmo moderado e que o mercado de trabalho se fortaleceu em junho.

    Entretanto, o Fed afirmou que a inflação continua abaixo da meta de 2% ao ano. "Estima-se que a inflação deva permanecer baixa no curto prazo, em parte por causa da queda nos preços de energia, mas crescerá no médio prazo, quando passarem esses efeitos e o mercado de trabalho se fortalecer ainda mais", diz o comunicado.

    A presidente do Fed de Kansas City, Esther George, foi a única dissidente na reunião desta semana. Ela foi a favor de elevar os juros em três das últimas quatro reuniões. Há ainda mais três reuniões do Fed neste ano –em setembro, novembro e dezembro

    Após o comunicado do BC dos EUA, o dólar perdeu força globalmente, uma vez que foram ampliadas as apostas de um aumento dos juros somente no fim do ano. "Uma alta dos juros antes de dezembro é improvável, mesmo porque haverá a eleição presidencial americana, em novembro, que por si só deverá provocar bastante volatilidade nos mercados", comenta Ignacio Crespo, economista da Guide Investimentos.

    CÂMBIO E JUROS

    Após ter atingido a cotação máxima de R$ 3,2970 durante a sessão, antes do anúncio do Fed, o dólar comercial fechou em alta de 0,06%, a R$ 3,2730. A forte queda do petróleo no mercado internacional não permitiu a valorização do real.

    O dólar à vista, que encerrou o pregão antes da decisão do BC americano, subiu 0,54%, a R$ 3,2881.

    Os preços do petróleo reagiram ao inesperado aumento dos estoques americanos da commodity na semana passada. Houve alta de 1,67 milhão de barris, contra estimativas do mercado de declínio de 2 milhões de barris.

    O petróleo Brent, negociado em Londres, perdia 3,19%, a US$ 43,44; o petróleo tipo WTI, negociado em Nova York, caía 2,35%, a US$ 41,91 o barril.

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    Além disso, o Banco Central leiloou pela manhã mais 10.000 contratos de swap cambial reverso, equivalentes à compra futura de dólares, no montante de US$ 500 milhões. Desta forma, a autoridade monetária reduziu seu estoque de swap cambial tradicional, correspondente à venda futura da moeda americana, para US$ 53,635 bilhões.

    Os juros futuros fecharam próximos à estabilidade, ainda sob o impacto da ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central, divulgada nesta terça-feira (26). O documento reforçou a percepção de que um corte da taxa básica de juros (Selic) ainda deve demorar.

    O contrato de DI para janeiro de 2017 subiu de 13,970% para 13,980%; o contrato de DI para janeiro de 2018 caiu de 12,850% para 12,840%; o DI para janeiro de 2021 passou de 12,040% para 12,050%.

    O CDS (credit default swap) brasileiro de cinco anos, espécie de seguro contra calote e indicador de percepção de risco, caía 0,41%, aos 292,623 pontos.

    BOLSA

    O Ibovespa encerrou o pregão com ganho de 0,12%, aos 56.852,84 pontos. O giro financeiro foi de R$ 6,9 bilhões.

    As ações da Petrobras perderam 3,11%, a R$ 11,51 (PN), e 1,01%, a R$ 13,60 (ON), pressionadas pelo forte recuo do petróleo no mercado internacional.

    Os papéis da Vale avançaram 3,35%, a R$ 15,08 (PNA), e 2,71%, a R$ 18,92 (ON), beneficiados pela alta do minério de ferro na China.

    Entre as siderúrgicas, Usiminas PNA ganhou 8,88%; Gerdau PN, +4,21%; e CSN ON, +1,24%,

    No setor financeiro, Itaú Unibanco PN subiu 0,38%; Bradesco PN, +0,34%; Banco do Brasil ON, +0,18%; Santander unit, -0,34%; e BM&FBovespa ON, -1,10%.

    Fora do Ibovespa, as units da Via Varejo recuaram 9,11%, a R$ 6,98. A rede de comércio de eletrodomésticos e móveis do Grupo Pão de Açúcar divulgou nesta quarta-feira (27) aumento no prejuízo líquido do segundo trimestre para R$ 89 milhões. Um ano antes, a perda havia sido de R$ 9 milhões.

    EXTERIOR

    Na Bolsa de Nova York, o índice S&P 500 encerrou a sessão em queda de 0,12%; o Dow Jones, -0,01%; e o Nasdaq, +0,58%.

    As ações da Apple subiram 6,58%, após a companhia divulgar o balanço do segundo trimestre, que mostrou queda da receita menor que a esperada.

    Na Europa, a Bolsa de Londres fechou em alta de 0,39%; Paris, +1,19%; Frankfurt, +0,70%; Madri, +1,18%; e Milão, +0,99%, reagindo a resultados corporativos positivos..

    Na Ásia, o índice Nikkei da Bolsa de Tóquio avançou 1,72%. O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, surpreendeu o mercado ao anunciar um pacote de estímulo econômico de US$ 265 bilhões.

    As Bolsas chinesas fecharam em baixa, diante de possíveis mudanças regulatórias, que poderiam restringir as compras de ações do setor de gestão de fundos para clientes individuais. O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, teve queda de 1,57%, enquanto o índice de Xangai recuou 1,94%.

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