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    Com incertezas sobre Petrobras, Sete Brasil registra prejuízo de R$ 26 bi

    NICOLA PAMPLONA
    DO RIO

    29/07/2016 19h10

    A empresa de sondas Sete Brasil registrou prejuízo de R$ 26,028 bilhões em 2015, segundo balanço publicado nesta sexta-feira (29). As perdas refletem baixa de R$ 33,961 bilhões no valor das embarcações, diante das incertezas sobre sua contratação pela Petrobras e da falta de alternativas no cenário atual.

    Em 2014, a companhia havia apontado lucro de R$ 802,4 milhões. Criada para ser a maior fornecedora de sondas do pré-sal, a Sete Brasil pediu recuperação judicial em abril, com dívidas acumuladas de R$ 19,3 bilhões.

    A derrocada da companhia começou após o início da Operação Lava Jato, que identificou esquemas de pagamento de propinas na Petrobras e fechou o mercado de crédito à empresa.

    "Com os constantes atrasos e dificuldades no desenvolvimento de um plano, considerando também o cenário de baixa nos preços do petróleo e a consequente desaceleração dos investimentos em petróleo e gás, a administração entende que atualmente não é possível assegurar a continuidade dessas unidades", diz o balanço publicado nesta sexta.

    A baixa foi calculada com base na avaliação de uma consultoria independente, que analisou o valor de venda das unidades no mercado.

    O estudo diz que 15 sondas, que estão com menos de 5% das obras concluídas, não tem valor algum no cenário atual.

    Outras oito, que estão com até 50% das obras construídas, gerariam uma receita de R$ 140,5 milhões com a venda de equipamentos já comprados a outros fabricantes e do aço para sucata.

    Quatro sondas, que têm entre 50% e 80% das obras concluídas poderiam ser vendidas no estágio atual por R$ 167,9 milhões.

    As duas mais avançadas, Arpoador e Urca, valeriam R$ 175,7 milhões nas condições atuais.

    Assim, o valor das 29 sondas foi reduzido de R$ 34,445 bilhões para R$ 484,2 milhões.

    "Ainda que o preço do petróleo tenha tido alguma recuperação, o que é alguma tendência para 2017, este efeito não impacta de imediato na recuperação do mercado de equipamentos por conta do excesso de oferta de sondas no mercado", diz o texto.

    A companhia vinha negociando com a Petrobras uma revisão nos contratos de aluguel das sondas, mas não houve avanço, e decidiu pedir recuperação judicial.

    Em um último movimento, a Petrobras chegou a sugerir um mediador para ajudar as duas partes a chegarem a um consenso.

    A companhia tem como sócios a própria estatal e os bancos BTG Pactual, Santander e Bradesco, investidores estrangeiros, os fundos de pensão Petros, Funcef e Previ e o fundo FI-FGTS.

    O balanço aponta ainda uma dívida de R$ 5,670 bilhões com os estaleiros contratados para construir as sondas, que não foram incluídos entre os credores do processo de recuperação judicial.

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