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    PIB dos EUA decepciona, e dólar perde força ante o real

    ÉRICA FRAGA
    DE SÃO PAULO

    30/07/2016 02h00

    Li Muzi/Xinhua
    PIB americano cresce 1,2% no 2º trimestre, menos que o esperado pelo mercado
    PIB americano cresce 1,2% no 2º trimestre, menos que o esperado pelo mercado

    Dados e medidas divulgados nesta sexta-feira (29) em países desenvolvidos confirmaram que o ritmo de recuperação da economia global continua lento.

    O PIB (Produto Interno Bruto) dos EUA cresceu 1,2% no segundo trimestre na taxa anualizada, menos da metade que os 2,5% esperados por economistas. Os dados dos trimestres anteriores também foram revisados e mostraram desempenho inferior ao esperado inicialmente.

    Na União Europeia, o ritmo anêmico de recuperação voltou a perder fôlego. Depois de atingir 0,6% entre janeiro e março deste ano, o crescimento desacelerou para 0,3% entre abril e junho na comparação com os primeiros três meses de 2016.

    O governo Japão, terceira maior economia do mundo, emitiu novos sinais da dificuldade que enfrenta para acelerar sua retomada.

    O banco central local anunciou novos estímulos monetários que buscam influenciar a atividade econômica por meio de injeções de dinheiro público na economia.

    Desde a crise financeira global de 2008, as expectativas de recuperação econômica têm sido repetidamente frustradas.

    Em outubro de 2009, o FMI (Fundo Monetário Internacional) projetava expansão mundial média de 4,5% por um período de seis anos.

    Além de ter errado –o crescimento médio entre 2009 e 2014 acabou sendo 3,3%–, o Fundo se tornou mais pessimista em relação ao potencial da economia global. Hoje, a instituição espera expansão de 3,6% para o período entre 2016 e 2021.

    JUROS LENTOS

    A frustração de analistas com os últimos indicadores de PIB reforçou a percepção de que um novo aumento de juros nos EUA deve ocorrer apenas no fim deste ano ou no ano que vem.

    Essa análise, se confirmada, tem um aspecto positivo para os mercados emergentes, porque a expectativa é a de que esses países perderão investimentos quando os juros norte-americanos começarem a subir com mais força –hoje eles estão em uma banda de 0,25% a 0,5% anual.

    Isso ocorreria porque o movimento aumentaria a atratividade de aplicações em ativos como títulos do governo dos EUA, que são ativos de baixo risco.

    A notícia do PIB americano mais fraco fez diminuir as apostas de uma alta dos juros dos EUA já em setembro e levou o dólar a se enfraquecer globalmente. No Brasil, o dólar comercial fechou em queda de 1,57%, a R$ 3,2440.

    Outro aspecto da recuperação americana que atenua as consequências ruins da economia global fraca para nações emergentes é a robustez do consumo privado nos EUA, que cresceu 4,2% no segundo trimestre.

    Esse desempenho compensou, em parte, o efeito negativo da queda dos estoques das empresas sobre o desempenho geral do PIB.

    A demanda aquecida por parte dos consumidores americanos pode ajudar a impulsionar o comércio mundial.

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