• Mercado

    Monday, 29-Apr-2024 14:19:32 -03

    Alvo de polêmica, 'Pokémon Go' pede menos dados que Facebook

    FELIPE MAIA
    FERNANDA PERRIN
    DE SÃO PAULO

    05/08/2016 02h00

    Desde seu lançamento global, há um mês, "Pokémon Go" tem gerado polêmica pelos dados que exige do usuário, que incluem acesso à câmera e localização, além da conta de Google ou Facebook.

    Há temores sobre como as informações podem ser usadas e o que pode acontecer em caso de vazamento.

    Especialistas, porém, consideram que as permissões exigidas pelo jogo estão em linha com as práticas da categoria. Podem ser até menos invasivas que as de outros serviços populares, como o Facebook, usado por 105 milhões de pessoas no Brasil.

    Apesar de rastrear o jogador instantaneamente, o game não coleta, por exemplo, a lista de contatos, o número do telefone nem a operadora de celular. A rede social de Mark Zuckerberg tem acesso a esses e outros dados (veja mais na tabela acima).

    POKÉMON GO
    Veja as principais notícias sobre o app

    "É um mal necessário dos serviços, que podem não funcionar sem essas informações. Não dá para jogar 'Pokémon Go' sem GPS, câmera. Compartilhar esses dados é uma decisão que o usuário tem de tomar", afirma Julio Carvalho, diretor da empresa CA Technologies.

    Segundo ele, parte dos temores, entretanto, foi causada pela própria Niantic, a produtora do game.

    A primeira versão do aplicativo, lançada em 5 de julho, pedia autorização para uma quantidade imensa de informação, incluindo mensagens de e-mail, calendário, mapas, histórico de localização e basicamente tudo que estivesse associado à conta do Google.

    A empresa informou que se tratava de um erro e negou que tenha acessado esse tipo de informação. Em meados do mês passado, lançou uma atualização com permissões mais restritas –esta foi a versão que chegou ao Brasil.

    ESTAMOS DE OLHO - Informações e recursos acessados por um aplicativo ao ser instalado no celular

    PUBLICIDADE

    Existe a possibilidade de esses aplicativos usarem o conjunto desses dados para exibir publicidade segmentada, de acordo com o perfil e interesses dos usuários. Esse mapeamento deve estar previsto nos termos de uso do serviço –que grande parte das pessoas não lê.

    "Pokémon Go" prevê que os dados podem ser compartilhados com terceiros para fins de pesquisas e análises demográficas da base de usuários. Por enquanto não há publicidade no jogo.

    "O game poderia fazer pokémons aparecerem em locais compatíveis com interesses do jogador, levando-o a uma loja", diz Lucas Teixeira, ativista da ONG CodingRights, organização com foco em direito e internet.

    OUTROS RISCOS

    Teorias conspiratórias também deram força à polêmica. A Niantic tem como presidente-executivo John Hanke, o mesmo que em 2001 fundou a Keyhole, empresa de mapeamento que teve investimento de um fundo ligado à CIA. O negócio depois foi comprado pelo Google e deu origem ao Google Earth.

    Na onda de "Pokémon Go", surgiram outros apps acessórios ao jogo. É preciso ter cuidado com eles, segundo Marco DeMello, presidente da empresa de segurança PSafe.

    "Você pode dar permissão para um aplicativo que é uma armadilha. Os dados, incluindo os coletados pelo 'Pokémon Go', podem ser capturados por um hacker."

    Caçada urbana

    Edição impressa

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024