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    Participação de pessoas físicas na Bovespa é a maior em quatro anos

    EULINA OLIVEIRA
    DE SÃO PAULO

    08/08/2016 02h00

    Paulo Whitaker/Reuters
    Investidores olham painel de cotações na Bolsa brasileira
    Investidores olham painel de cotações na Bolsa brasileira

    A forte valorização das ações neste ano fez a participação de pessoas físicas na Bovespa dar um salto em julho. O percentual passou de 16% em junho para 19,6% no mês seguinte, a maior fatia em quatro anos.

    O pequeno investidor foi atraído pela valorização de quase 20% do Ibovespa, o principal índice da Bolsa, em junho. No acumulado do ano até julho, a alta é de mais de 30%, depois de três anos seguidos em queda.

    Analistas ressaltam que a subida da Bolsa foi antecipada por grandes investidores, sobretudo estrangeiros. Historicamente, o pequeno investidor chega "atrasado" e deixa de se beneficiar da maior parte dos ganhos.

    Participação de pessoa física na Bovespa - Em %

    "Eu trabalho com o cenário de que o Ibovespa pode chegar aos 60 mil pontos no fim de 2016. Ou seja, boa parte da alta já pode ter acontecido", avalia Alexandre Espírito Santo, economista da Órama Investimentos.

    O Ibovespa está em 57 mil pontos e a continuidade da alta dependerá da aprovação de reformas econômicas no país e também de fatores externos, como a eleição presidencial nos Estados Unidos.

    Para Raymundo Magliano Neto, presidente da Magliano Corretora, o Ibovespa já subiu muito neste ano e não há motivos para avançar mais. Para ele, o momento é de vender as ações.
    "O impeachment [da presidente afastada Dilma Rousseff] já está no preço dos ativos, e ainda deve demorar para surgirem sinais de melhora concreta da economia."

    'EUFORISMO'

    "É ótimo que as pessoas físicas estejam voltando para a Bolsa, mas elas não podem entrar no que eu chamo de 'euforismo', que é um misto de euforia com otimismo", diz Espírito Santo.

    Participação na Bolsa por tipo de investidor - Em %

    Por isso, antes de comprar ações, é preciso avaliar as empresas. "Tem que ter visão de longo prazo. Tudo que sobe muito rápido também pode cair muito rápido."

    E o conselho de especialistas continua o mesmo: deve-se buscar sempre diversificar os investimentos para diminuir o risco. "Se a pessoa é mais jovem, pode investir um pouco mais em renda variável, mas quem é mais velho deve procurar concentrar a maior parte em renda fixa."

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