Após fechar o segundo trimestre do ano com lucro de R$ 940 milhões, queda de 12% em relação a igual mês de 2015, o BTG Pactual afirma ter terminado o processo de mudança iniciado após a prisão do banqueiro André Esteves e que enxerga, daqui para frente, mais espaço para crescimento.

"O banco fica mais focado nas áreas estratégicas. Os investimentos que a gente quis manter estão em estágio de maturidade", diz o diretor financeiro do banco, João Dantas.

Após a turbulência causada pela prisão de Esteves, em novembro do ano passado, o BTG se desfez de negócios, separou a operação de commodities e, mais recentemente, anunciou o ex-ministro Nelson Jobim para ser sócio e tocar a área de relações institucionais do banco.

A receita somou R$ 2,595 bilhões, alta de 25% em relação ao segundo trimestre de 2015, mas queda de 28% quando comparada ao primeiro trimestre deste ano.

A receita do setor de Investment Bank (que atua em emissão de dívida de empresas e fusões e aquisições, por exemplo) foi de R$ 80 milhões, sendo R$ 10 milhões apenas com operações de fusões e aquisições.

"Nessa área não tivemos impacto mesmo durante esse período de mais estresse", diz Dantas, que atribui a estabilidade à relação de confiança com as empresas.

Para os próximos meses, ele espera que o "fim do processo de transição política" abra espaço para novas operações no mercado de capitais.

"Não tem retomada sem apoio financeiro para aumentar investimento, estoque e giro. É claro que nem é saudável que esse apoio financeiro seja baseado em crédito bancário, e o mercado de capitais, como emissão de dívida, é um setor que a gente sabe cobrir bem", disse.

"Tem mais gente interessada em fazer negócios no Brasil. Ano passado o investimento era mais de curto prazo, com fundos aproveitando o momento para comprar empresas. Agora vemos mais pessoas interessadas em fazer investimento estrutural", afirma o diretor.