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    Lucro da Caixa cai 16,8% no segundo trimestre e inadimplência cresce

    TÁSSIA KASTNER
    DE SÃO PAULO

    12/08/2016 12h05 - Atualizado às 12h52

    Samuel Costa/Folhapress
    Lucro da Caixa cai 16,8% no segundo trimestre e inadimplência cresce para 3,20%
    Lucro da Caixa cai 16,8% no segundo trimestre e inadimplência cresce para 3,20%

    A Caixa registrou lucro líquido de R$ 1,6 bilhão no segundo trimestre de 2016, queda de 16,8% em relação ao mesmo período de 2015, mas alta de 92,1% na comparação com os três primeiros meses do ano. No semestre, o lucro foi de R$ 2,4 bilhões.

    A margem financeira do banco no segundo trimestre foi de R$ 11,714 bilhões, ante R$ 11,171 bilhões em igual período de 2015, alta de 4,9%. A margem financeira é a principal receita dos bancos, que é a diferença entre quanto o banco gasta para captar dinheiro e quanto ele cobra no empréstimo.

    A carteira de crédito da Caixa chegou a R$ 691,6 bilhões, crescimento de 6,7% em 12 meses. Há um ano, a carteira era de R$ 648 bilhões. Apenas o crédito habitacional responde por R$ 393,7 bilhões da carteira no fechamento do segundo trimestre.

    "90% do crescimento de 6,7% da carteira vem de habitação. Não tem nada de falar que a Caixa vai contra a maré. Crescemos e vamos crescer sempre pela característica da carteira", disse Márcio Percival Alves Pinto, vice-presidente de Finanças e Controladoria do banco.

    Para o segundo semestre, segundo o presidente da Caixa, Gilberto Occhi, o banco terá mais de R$ 210 bilhões para investir em todas as linhas de crédito.

    A inadimplência acima de 90 dias foi a 3,20%, ante 2,85% no segundo trimestre de 2015.

    A receita com prestação de serviços e tarifas terminou o trimestre em R$ 5,578 bilhões, alta de 10% em relação há um ano

    PROJEÇÕES

    A Caixa é o único banco que ainda trabalha com crescimento expressivo na carteira de crédito em 2016, ainda que menor que o projetado anteriormente. A previsão é que a carteira avance entre 5,5% e 7%, ante estimativa anterior de alta de 7% a 10%.

    Já a receita com prestação de serviço deve avançar entre 9% e 11%. O banco previa crescer essa receita entre 10% e 13%.

    RECUPERAÇÃO DA OI

    A Caixa afirmou que ainda não há uma proposta de renegociação da dívida da Oi, em processo de recuperação judicial. Para Gilberto Occhi, presidente do banco público, a exposição da Caixa é "bem menor" que a do resto do mercado.
    "Para nós, está dentro da previsão e da provisão", disse.

    Márcio Percival Alves Pinto, vice-presidente de Finanças e Controladoria do banco, acrescentou que os bancos brasileiros e representantes internacionais de credores têm conversado sobre a situação da empresa de telefonia.

    Percival disse que o banco já começou a fazer provisionamento contra calote da Oi, mas não disse quanto foi reservado para um possível calote da companhia.

    "Não vamos falar quanto de provisão foi feita, mas precisamos, dado o tamanho da empresa que está em recuperação judicial", disse.

    O PEDIDO

    Sem chegar a um acordo com credores nacionais e estrangeiros, a operadora Oi entrou com pedido de recuperação judicial em 20 de junho para dar início a uma nova rodada de negociação, agora com proteção judicial contra falência. O grupo de telecomunicações mantém previsão de apresentar o plano de recuperação judicial da companhia entre o fim do mês e o início de setembro, afirmou o presidente-executivo da companhia
    , Marco Schroeder, na quarta-feira (10).

    A Oi é a maior operadora do Brasil em telefonia fixa, empatada com a Vivo (cada uma tem participação de 34,4%), e a quarta em celular, com 18,6% do mercado.

    Com uma dívida de R$ 65,4 bilhões, o pedido de recuperação da Oi corre no Rio de Janeiro e será o maior da história. Em abril, a Sete Brasil, empresa de sondas da Petrobras, foi à Justiça negociar R$ 19,3 bilhões com credores.

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