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    Governo eleva previsão de crescimento do PIB em 2017 de 1,2% para 1,6%

    EDUARDO CUCOLO
    VALDO CRUZ
    DE BRASÍLIA

    17/08/2016 15h37 - Atualizado às 17h27

    O Ministério da Fazenda revisou a projeção para o crescimento da economia em 2017 de 1,2% para 1,6%.

    Reportagem da Folha de sábado (13) antecipou que o governo faria a revisão do dado de 2017, o que levará também a uma alteração na projeção de arrecadação para o próximo ano, o que reduz as chances de um aumento de tributos.

    As estimativas vão servir de base para a elaboração da proposta de Orçamento de 2017, que será entregue ao Congresso até o dia 31 de agosto.

    Alguns analistas independentes e grandes bancos também já reviram para cima suas projeções para o PIB (Produto Interno Bruto). O Santander, por exemplo, projeta crescimento de 2%. O Bradesco, de 1,5% no próximo ano.

    Boletim Focus

    A FGV, no entanto, afirma que o Brasil está deixando a crise para trás, mas que indicadores sugerem que o ritmo da retomada será lento.

    O secretário de Política Econômica da Fazenda, Carlos Hamilton Araújo, afirmou nesta quarta-feira (17) que decidiu antecipar a apresentação das projeções econômicas para dar mais transparência ao processo de elaboração do Orçamento. Vários números já haviam sido divulgados na imprensa nos últimos dias.

    Afirmou ainda que, quanto antes os agentes recebem uma informação, mais seguros eles estão para tomar suas decisões de consumo e investimento. Ou seja, uma postura mais otimista do governo poderia se refletir em outros setores da economia.

    Hamilton disse que a nova projeção é realista e que muitos economistas deverão rever suas estimativas nos próximos trimestres. A nova previsão do governo, divulgada 40 dias após a anterior, está acima da mediana das estimativas coletadas pelo Banco Central junto ao mercado, de 1,1%.

    Ao justificar a revisão do dado do PIB, Hamilton citou a melhora de vários indicadores econômicos nos últimos meses, entre eles, a produção industrial, o CDS (uma das medidas de risco-país, que caiu pela metade desde o início do ano) e a confiança de investidores e consumidores.

    FIM DA RECESSÃO

    A Fazenda não detalhou os dados por trimestre, mas afirmou estimar um PIB positivo no quatro trimestre de 2016 em relação aos três meses anteriores, o que marcaria o fim do período de recessão.

    Hamilton afirmou, no entanto, que as suas projeções consideram uma saída da crise mais lenta do que a verificada após 2003 e 2009, outros períodos de contração econômica. O crescimento trimestral esperado nos seis trimestres no pós-crise atual seriam, por exemplo, a metade dos 1,4% vistos no início do governo Lula (2003-2010).

    O secretário não descartou, no entanto, que o dado possa ser revisto para cima futuramente. Ou para baixo, caso o ajuste fiscal proposto pelo governo não seja aprovado pelo Congresso.

    "Estamos considerando uma taxa de crescimento média mais modesta do que em outras recuperações, mas isso pode ser revisto para cima", afirmou.

    "O objetivo que temos em mente é colocar a economia de volta numa trajetória da crescimento sustentado e com estabilidade de preços. Isso só será possível com o controle da despesa pública."

    INFLAÇÃO

    A Fazenda também alterou a previsão de retração do PIB em 2016 de -3,1% para -3,0%. Manteve as projeções para inflação neste e no próximo ano em 7,2% e 4,8%. Para Hamilton, a melhora nas estimativas para o PIB não implica maior inflação.

    As projeções para o câmbio no final do ano são de R$ 3,30 (2016) e R$ 3,50 (2017). Antes eram de R$ 3,50 e R$ 3,70, respectivamente.

    O secretário afirmou que não falaria sobre as consequências da revisão do PIB para as expectativas de arrecadação, nem trataria de questões orçamentárias antes da apresentação do Orçamento de 2017.

    Sobre despesas, afirmou que a proposta do governo vai considerar a correção dos gastos pela inflação. Como há algumas despesas que não entram na regra do limite pelo IPCA —por exemplo, o gasto com as eleições municipais—, o gasto total do governo previsto será menor que o IPCA projetado de 7,2%, segundo a Fazenda.

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