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    Aumento das compras pela internet pressiona redes de logística

    FERNANDA PERRIN
    ENVIADA ESPECIAL A MEMPHIS

    21/08/2016 02h00

    Justin Sullivan/Getty Images/AFP
    FedEx aumentou sua presença no Brasil neste ano com a aquisição da rival TNT
    FedEx aumentou sua presença no Brasil neste ano com a aquisição da rival TNT

    O aumento das compras pela internet intensificou a pressão sobre as redes de logística, obrigadas a se adaptar a uma operação mais complexa, tanto no Brasil quanto no exterior.

    O prazo médio de entrega das encomendas no Brasil, porém, subiu 35% entre 2013 e 2015, segundo a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm). A política de frete grátis também foi revista pelas empresas, passando de 56% para 42% no período, de acordo com levantamento da Ebit/Buscapé.

    As lojas virtuais culpam principalmente os Correios pelos resultados. "A qualidade do serviço tem piorado muito nos últimos anos. Os Correios não acompanharam o crescimento do setor", diz Maurício Salvador, presidente da ABComm.

    Em crise, a estatal teve prejuízo de R$ 2,1 bilhões no ano passado. O presidente interino, Michel Temer, estuda compartilhar a gestão de algumas áreas da empresa com a iniciativa privada. Um dos focos é a parte de logística.

    Embora a estatal ainda domine o mercado, sua participação vem caindo: se, em 2013, 93% das lojas virtuais usavam a empresa, em 2015, este número caiu para 87,5%.

    De olho no aumento das compras on-line e no espaço aberto pela estatal, surgem novas transportadoras privadas e outras aumentam sua participação. O movimento intensifica a pulverização do mercado, com grande número de empresas regionais.

    A Dafiti, uma das maiores lojas virtuais do Brasil, conta com 20 transportadoras para fazer entregas, o que reduz a dependência dos Correios, diz Thibaud Lecuyer, sócio e fundador da companhia.

    Para ele, a estatal possui um "diamante nas mãos", que é sua abrangência nacional, mas precisa "lapidá-lo."

    A gigante americana FedEx, com atuação em mais de 220 países, aumentou sua presença no Brasil neste ano com a aquisição da rival TNT.

    O plano da empresa é aumentar sua participação no comércio eletrônico doméstico e internacional, afirma Juan Cento, presidente da divisão América Latina da FedEx Express.

    O segmento é a principal aposta da estratégia global da empresa, que tem como termômetro o mercado norte-americano, onde o comércio eletrônico é mais forte.

    Em Memphis, onde fica um dos principais centros de operação da companhia no mundo, o aeroporto é praticamente fechado de madrugada para processar e enviar os pacotes para destinos domésticos e internacionais.

    "Há oito anos, o recorde de entregas em um dia era de 10 milhões de pacotes. No ano passado, tivemos três dias que superaram os 25 milhões", diz Patrick Fitzgerald, vice-presidente de marketing e comunicação da FedEx.

    A jornalista viajou a convite da FedEx

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