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    Uber compra start-up de caminhões autônomos e expande ambições

    DO "NEW YORK TIMES"

    22/08/2016 09h27

    Mark Ralston/AFP
    Uber adquiriu a Otto, start-up cujo foco é desenvolver tecnologia para caminhões autoguiados
    Uber adquiriu a Otto, start-up cujo foco é desenvolver tecnologia para caminhões autoguiados

    O Uber, maior operador mundial de serviços on-line de carros, há muito tem em mente um futuro de carros autoguiados. Agora, esse futuro pode se estender ao segmento de caminhões.

    Na quinta-feira (18), o Uber anunciou a aquisição da Otto, uma start-up de 90 funcionários cujo foco é desenvolver tecnologia para caminhões autoguiados, o que reordenaria o setor de transporte rodoviário e entregas.

    "Mais e mais o mundo dos átomos está interagindo com o mundo dos bits", disse Travis Kalanick. presidente-executivo do Uber, em um post no blog da empresa anunciando a transação. "A fim de oferecer serviços digitais no mundo físico, deveremos construir logística sofisticada, inteligência artificial e sistemas robotizados que sirvam à humanidade e a elevem".

    O Uber não comentou sobre os termos da aquisição. Mas, de acordo com uma pessoa informada sobre a transação, o Uber pagará cerca de 1% de seu atual valor de mercado —uma soma de cerca de US$ 680 milhões, considerada a mais recente rodada de capitalização da empresa— se a Otto cumprir determinadas metas. Os atuais acionistas da empresa também terão direito a 20% dos lucros de qualquer negócio envolvendo caminhões autoguiados que a companhia venha a desenvolver, com o tempo.

    A aquisição é a mais recente indicação sobre as ambições do Uber quanto a veículos autoguiados capazes de prestar serviços a consumidores e empresas. Veículos autoguiados também ajudariam a empresa a reduzir sua dependência de motoristas humanos, que provou ser a parte mais cara e mais inconveniente em termos judiciais de seus negócios crescentes.

    E a aquisição da Otto aumenta o número de especialistas com que o Uber pode contar para a pesquisa de veículos autoguiados, uma área na qual ela está drasticamente atrás de alguns de seus rivais de maior porte, como o Google.

    Anthony Levandowski e Lior Ron, os cofundadores da Otto, eram veteranos dos projetos de mapeamento e carros autoguiados do Google, antes de criarem sua empresa, em janeiro, e diversos engenheiros egressos do Google trabalham nela. Levandowski há muito é uma das figuras chaves na pesquisa de veículos autoguiados. Na verdade, ele vendeu uma start-up chamada 510 Systems ao Google quando este iniciou seu projeto de um carro autoguiado.

    Ao longo dos últimos 12 meses, o Uber contratou centenas de antigos funcionários do Google e criou uma instalação de pesquisa em Pittsburgh para trabalhar com tecnologia de veículos autoguiados. Alguns dos pesquisadores que trabalham lá são egressos da Universidade Carnegie Mellon, onde boa parte das pesquisas iniciais sobre essa tecnologia foram realizadas.

    O Uber também anunciou os primeiros frutos de seu esforço no ramo dos veículos autoguiados na quinta-feira: uma parceria com a Volvo, que proverá os primeiros veículos desenvolvidos em conjunto para oferecer corridas do Uber nas ruas de Pittsburgh.

    Em um teste que começará ainda este mês, os usuários do Uber em Pittsburgh poderão chamar utilitários esportivos autoguiados Volvo XC90, para corridas na área da cidade. As duas empresas também estão trabalhando juntas para desenvolver um carro plenamente autônomo pronto para uso nas ruas, dentro de cinco anos, e investiram US$ 300 milhões nesse esforço.

    O Uber não está sozinho em suas ambições. No começo da semana, a Ford Motor prometeu desenvolver uma frota de veículos autoguiados para uso nas ruas até 2021, e eles também seriam usados por uma empresa online de serviços de carros. A Lyft, outra start-up de serviços de carros, tem ambições semelhantes, e está trabalhando de perto com a General Motors, uma de suas maiores investidoras, para criar um carro autoguiado.

    A parceria entre Volvo e Uber não é exclusiva, e o Uber deixou claro que deseja trabalhar com montadoras, e não produzir veículos próprios.

    Tradução de PAULO MIGLIACCI

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