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    o brasil que dá certo - saúde

    Inspirados no Uber, aplicativos resgatam as 'visitas de médico'

    FILIPE OLIVEIRA
    DE SÃO PAULO

    25/08/2016 02h01

    Um grupo de novas empresas quer usar a tecnologia para trazer de volta a tradição da visita de médico em casa.

    Inspiradas no funcionamento do Uber, as start-ups Docway, Beep Saúde e Dr.Vem! oferecem o serviço de solicitação de consultas a partir de aplicativos e sites.

    Nos serviços, o paciente pode ver currículos de médicos cadastrados, os horários de atendimento que eles têm disponíveis e a distância dos profissionais até o cliente.

    Cada médico decide o preço que cobra por consulta.

    Com isso, as start-ups afirmam oferecer um atendimento mais cômodo para pacientes, de um lado, e uma fonte de renda complementar para os médicos, de outro.

    Vander Corteze, fundador do Beep Saúde (lançado em abril e com 750 profissionais ativos), afirma que o serviço tem como objetivo tirar do pronto-socorro pacientes com problemas fáceis de serem tratados, que não precisariam ir para lá enfrentar filas e risco de contaminação por doenças mais graves.

    Esse foi o motivo que fez a arquiteta Rebeca Murad, 39, chamar um otorrino via aplicativo para sua filha.

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    Murad, que mora em São Luís, no Maranhão, diz que, durante uma visita a São Paulo, em julho, a criança, de quatro anos, ficou com febre. Ela afirma que preferiu esperar um profissional atendê-la na casa da sogra a enfrentar filas em hospital.

    A maioria dos usuários dos "Ubers da medicina" é de pais e mães em busca de pediatras, seguidos por parentes de idosos com dificuldade de locomoção, diz Daniel Lindemberg, presidente da Dr.Vem!.

    A empresa foi lançada em janeiro deste ano e, com cerca de 140 médicos, faz aproximadamente 200 atendimentos em domicílio ao mês.

    O DOUTOR VAI?

    Mas os médicos estão mesmo dispostos a deixar de esperar os pacientes nos consultórios para ir atrás deles?

    Difícil, se considerados os profissionais mais qualificados e experientes, segundo Marcelo Augusto Ribeiro Junior, coordenador do curso de medicina da Unisa.

    "Eles dificilmente vão se sujeitar a isso. Quem vai se cadastrar é alguém que ainda não tem uma clientela."

    A médica Andrea de Lemos Santos, 43, pensa diferente. Diretora técnica de uma empresa de home care, ela afirma fazer em casa duas vezes por semana consultas que recebe a partir de aplicativos.

    Ela diz que o atendimento é feito principalmente fora do horário comercial, para ter uma fonte de renda complementar. "O aplicativo dá liberdade de, dentro do tempo disponível, organizar os atendimentos de modo prático."

    *

    BEEP SAÚDE

    Onde funciona: Rio e SP

    Médicos ativos: 750

    Diferencial: conexão com o Uber para o transporte do médico

    -

    DR.VEM!

    Onde funciona: SP

    Médicos ativos: 140

    Diferencial: site que se adapta a dispositivos móveis

    -

    DOCWAY

    Onde funciona: Curitiba, BH, Manaus e SP

    Médicos ativos: 1.700

    Diferencial: oferece vacinas

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