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    Dólar cai para R$ 3,22, na contramão do exterior, mas Bolsa recua 0,52%

    EULINA OLIVEIRA
    DE SÃO PAULO

    24/08/2016 17h54

    O dólar se valorizou ante a maior parte das moedas nesta quarta-feira (24), com os investidores à espera do discurso da presidente do Fed (Federal Reserve), Janet Yellen, na próxima sexta-feira (26). Espera-se que Yellen dê pistas sobre o rumo dos juros americanos, após declarações de outros integrantes do banco central dos Estados Unidos sinalizando uma possível elevação das taxas ainda neste ano.

    A forte queda do petróleo no mercado internacional também favoreceu o dólar. Entretanto, a moeda americana, que subia pela manhã frente ao real, inverteu a direção e fechou em baixa.

    Depois de ter subido quase 1% na véspera, o dólar comercial encerrou a sessão em queda de 0,30%, a R$ 3,2240. O dólar à vista, que termina a negociação mais cedo, avançou 0,16%, a R$ 3,2269.

    "Quando o dólar se aproxima dos R$ 3,25, abre espaço para as vendas e consequente queda da cotação", explica José Faria Júnior, diretor-técnico da Wagner Investimentos.

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    NOTAS DE DÓLAR

    Analistas trabalham com o cenário de forte entrada de recursos no país após a conclusão do processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff, cujo julgamento no Senado começa nesta quinta-feira (25).

    Entretanto, além da ansiedade do mercado em relação a Yellen, incertezas quanto à capacidade do governo Temer de aprovar as medidas do ajuste fiscal no Congresso fizeram a moeda americana subir nesta terça-feira (23) e na manhã desta quarta-feira.

    Para Faria Júnior, os dados fracos de vendas de imóveis usados nos Estados Unidos em julho, um dia após os números fortes de vendas de imóveis novos naquele país, fizeram a moeda americana perder força.

    Pela manhã, como tem ocorrido diariamente, o Banco Central ofertou 10.000 contratos de swap cambial reverso, equivalentes à compra futura de dólares, no montante de US$ 500 milhões.

    No mercado de juros futuros, o contrato de DI para janeiro de 2017 subiu de 13,980% para 13,995%; o DI para janeiro de 2018 avançou de 12,690% para 12,740%; e o DI para janeiro de 2021 passou de 11,950% para 11,980%.

    Segundo analistas, a alta dos juros futuros refletiu as preocupações em relação ao ajuste fiscal.

    O CDS (credit default swap) brasileiro, espécie de seguro contra calote e indicador de percepção de risco, avançava 1,09%, aos 258,151 pontos.

    BOLSA

    Em um pregão volátil, o Ibovespa fechou em baixa de 0,52%, aos 57.717,88 pontos. O giro financeiro foi de R$ 6 bilhões.

    Pressionadas pelo petróleo, as ações da Petrobras perderam 2,13%, a R$ 12,40 (PN), e 1,94%, a R$ 14,64 (ON).

    Os preços do petróleo recuaram após a alta inesperada dos estoques semanais de petróleo bruto nos Estados Unidos. O petróleo Brent, negociado em Londres, perdia 1,98%, a US$ 48,97 o barril; o petróleo tipo WTI, negociado em Nova York, caía 2,83%, a US$ 46,74 o barril.

    Os papéis da Vale caíram 3,22%, a R$ 15,30 (PNA), e 3,20%, a R$ 18,15 (ON), seguindo o comportamento do setor de mineração na Europa.

    Entre as siderúrgicas, Usiminas PNA caiu 8,04%; CSN ON, -7,02%; Gerdau PN, -6,27%; e Gerdau Metalúrgica PN, -6,71%.

    No setor financeiro, Itaú Unibanco PN perdeu 0,47%; Bradesco PN, -0,70%; Bradesco ON, -0,10%; Banco do Brasil ON, -1,01%; Santander unit, +0,89%; e BM&FBovespa ON, -0,11%.

    As ações PNB da Cesp subiram 10,64%, a R$ 14,24, liderando o ranking de maiores privatizações do Ibovespa. A companhia informou que o Conselho Diretor do Programa Estadual de Desestatização decidiu nesta terça-feira (23) recomendar ao governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), a retomada dos estudos para a privatização da empresa de energia.

    EXTERIOR

    Na Bolsa de Nova York, o índice S&P 500 caiu 0,52%, e o Dow Jones, -0,35%, pressionados pelo petróleo e pelas preocupações com o Fed. A Bolsa eletrônica Nasdaq caiu 0,81%.

    Na Europa, a Bolsa de Londres fechou em queda de 0,48%; Paris, +0,32%; Frankfurt, +0,28%; Madri, +0,87%; e Milão, +0,68%.

    O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, teve queda de 0,36%. O índice de Xangai perdeu 0,13%. Os investidores avaliam que são menores as chances de estímulos monetários agressivos na China.

    Já o índice japonês Nikkei avançou 0,61%, com a desvalorização do iene impulsionando as exportadoras.

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