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    Japão promete investir US$ 30 bilhões na África nos próximos 3 anos

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    27/08/2016 11h54

    Thomas Mukoya/Reuters
    Japan's Prime Minister Shinzo Abe (L) greets Chairperson of the African Union (AU) and Chad's President Idriss Deby as they attend Sixth Tokyo International Conference on African Development (TICAD VI), in Kenya's capital Nairobi, August 27, 2016. REUTERS/Thomas Mukoya TPX IMAGES OF THE DAY ORG XMIT: GGGAFR105
    O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, cumprimenta o presidente do Chade, Idriss Deby

    O Japão vai investir US$ 30 bilhões (cerca de R$ 98 bilhões) na África nos próximos três anos, prometeu neste sábado (27) o premiê Shinzo Abe, durante uma reunião de cúpula Japão-África em Nairóbi, no Quênia, classificada de histórica por seus participantes.

    Esta sexta edição da Conferência Internacional de Tóquio sobre o Desenvolvimento da África (Ticad) é realizada em território africano, e não na capital japonesa, como vinha ocorrendo desde a primeira edição, em 1993.

    "Espero que a soma se eleve a 30 bilhões de dólares", declarou Abe na abertura da Ticad, assinalando que se tratam de investimentos públicos e privados.

    Desta soma, US$ 10 bilhões serão destinados ao desenvolvimento de infraestrutura.

    Trinta chefes de Estado participam da Ticad, cujos principais eixos são a industrialização da África, a melhoria da saúde e a estabilização de um continente afetado por crises.

    Também serão assinados 70 protocolos diversos e acordos comerciais entre Japão e África.

    "Trata-se de um investimento que tem confiança no futuro da África", afirmou o premier japonês.

    Os US$ 30 bilhões prometidos pelo Japão incluem novos compromissos de até US$ 21 bilhões, assim como US$ 9 bilhões procedentes de uma promessa de investimento feita três anos antes, na quinta edição da Ticad, explicou o porta-voz do governo japonês Yasuhisa Kawamura.

    "A maioria das nações que escapam da pobreza o fazem graças à industrialização, e a África ainda não chegou à altura do seu potencial", afirmou o presidente do Quênia, Uhuru Kenyatta, enquanto Abe classificou a industrialização de "chave do desenvolvimento econômico".

    A SOMBRA DA CHINA

    A reunião, que termina neste domingo, é organizada conjuntamente por ONU, União Africana, Banco Mundial e Japão.

    O encontro representa para Tóquio uma forma de consolidar sua posição no mercado africano e driblar a oferta feita ao mesmo continente pelo gigante asiático vizinho, a China.

    O comércio entre Japão e África subiu a US$ 24 bilhões em 2015, muito abaixo dos US$ 179 bilhões negociados entre o continente africano e a China.

    Presente à Ticad de Nairóbi, a diretora do Programa da ONU para o Desenvolvimento (PNUD), Helen Clark, exortou os participantes da reunião a não esquecerem "o aspecto humano" do desenvolvimento da África.

    Coincidindo com a Ticad, o Banco Mundial e o Fundo Mundial de Luta contra a Aids, a Tuberculose e a Malária anunciaram investimentos estimados em 24 bilhões de dólares na África nos próximos três a cinco anos, para ajudar na reestruturação dos sistemas de saúde do continente.

    "Para ajudar os países a colocar em prática suas reformas na área de saúde, o Banco Mundial e o Fundo se comprometem a investir US$ 24 bilhões na África nos próximos três a cinco anos, informaram os dois órgãos em um comunicado comum divulgado na noite desta sexta-feira.

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